Um erro chamado teologia gay

 
 
Por Augustus Nicodemus  
 
O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.

Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada “teologia inclusiva” têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.

A “teologia inclusiva” é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.

Em segundo lugar, a “teologia inclusiva” defende que as condenações encontradas no Antigo Testamento, especialmente no livro de Levítico, se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. 

É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus. Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.
 

PECADO E DESTRUIÇÃO
Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja nos dias de hoje.

O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base dos teólogos inclusivos para esta afirmação é que no original hebraico se diz que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Outras versões como a Nova versão internacional e a Nova tradução na linguagem de hoje entendem que conhecer ali é conhecer sexualmente e dizem que os concidadãos de Ló queriam “ter relações” com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: “Queremos dormir com eles”. Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”, diz o versículo 8. Assim, fica evidente que “conhecer”, no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, "os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres."

Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a “teologia inclusiva” defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o “sodomita” era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18. Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as “abominações” dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali” (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como “procedimento libertino”.

Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, “ultrapassando o das mulheres” (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da “teologia inclusiva” chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.
 

“TORPEZA”
Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da “teologia gay” dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, “cometendo torpeza” e “recebendo a merecida punição por seus erros”. E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.

É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa “macia” ou “suave”) e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.

Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que refletem os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta forma, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.

Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.

Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãs adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.
 

COMPAIXÃO
É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.

Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto.  Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32. Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.

É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art. 226, § 3º).

Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.

Crer na soberania de Deus tem algum impacto sobre a vida?





Por favor, leia Romanos 8.26-39; Gênesis 50.15-21
Em 1858, um jovem missionário presbiteriano talentoso chamado John G. Paton, navegou com sua esposa e seu pequeno filho para as ilhas New Hebrides no Pacífico Sul para começar um trabalho missionário entre os ilhéus. Após alguns meses de sua chegada, sua esposa e seu filho morreram, deixando-o sozinho no trabalho.

Em agosto de 1876, um jovem teólogo talentoso chamado Benjamin Breckinridge Warfield e sua esposa, estavam em lua-de-mel na Alemanha. Durante a visita aos pontos turísticos da região da Floresta Negra, eles foram pegos de surpresa por uma terrível tempestade, e algo aconteceu com sua esposa que nunca foi completamente explicado, submetendo-a a uma invalidez para o resto da vida.
Na década de 1950, a congregação da Igreja Presbiteriana Independente de Savana chamou um jovem pregador para tomar as rédeas de uma igreja muito dividida. Ele veio com sua esposa e seus cinco filhos, o mais novo tinha apenas três anos. Depois de um ano e meio, desenvolveu um tumor no cérebro, e após dois anos do início de seu trabalho em Savana, o Rev. Van Puffelen estava morto.
Como você explica estas coisas? Talvez um tanto frustrante. Como você explica as respostas destes indivíduos? John G. Paton permaneceu no campo e teve uma grande colheita, e mais tarde disse:
Eu construí um túmulo cercado com blocos de coral, e cobri o topo com lindos corais brancos, pequenos cascalhos quebrados; e aquele lugar se tornou para mim, meu mais sagrado e freqüentado santuário durante todos os meses e anos que se seguiram, enquanto eu trabalhava na salvação daqueles ilhéus selvagens, em meio a dificuldades, perigos e mortes. Quando esta ilha se voltar para o Senhor, e for ganha para Cristo, nos dias seguintes os homens encontrarão a memória daquele lugar ainda vívida – onde, com incessantes orações e lágrimas, eu reivindiquei aquela terra para Deus, na qual eu “enterrei minha morta” com fé e esperança. [1]
Warfield cuidou de sua esposa durante os quarenta anos em que permaneceram juntos, humilde e submisso, sem lamúrias, sem pena de si mesmo, sem justificar a necessidade de auto-satisfação, cumprindo seus votos matrimoniais, cumprindo seu dever para com sua esposa.
A “Sra. Van” , como era conhecida em Savana, gentil e dócil por fora, forte como cravos por dentro, começou a lecionar no Externato Presbiteriano Independente e educou seus cinco filhos com um tremendo sacrifício próprio, e sem lamúrias.
Qual é a explicação em cada uma destas situações? A explicação é que cada um deles cria na soberania de Deus. Todos entenderam a justiça de Deus, sua misericórdia, seu governo absoluto, e cada um recebeu suas circunstâncias como de Sua mão para seu bem e se submeteram a elas.
Ainda, como você explica a adversidade? Como você lida com o sofrimento que está no mundo? Admita que leva tempo para que nossas emoções alcancem nossas mentes, que não há respostas “fáceis” , e que quando nós perguntamos “por que” , não devemos fazer de forma tão simplista ou como uma questão de fatalidade; porém temos uma explicação para o sofrimento, a única explicação para o sofrimento que opera e abre caminho para o conforto num mundo de dor.

O Problema do Prazer
Do nosso ponto de vista, muito da discussão sobre o “problema da dor” e sofrimento tem começado do jeito errado. Como vimos em nossa consideração sobre predestinação, há uma tendência por começar com a suposição da inocência humana. A adversidade então, é vista como uma intromissão imparcial ou injusta na vida de quem não a merece. Isso está implícito em quase todas as discussões sobre o assunto. Portanto, nós freqüentemente questionamos: “Por que Deus tem permitido que isso aconteça a uma família tão pura (e não merecedora)?”.
O lugar bíblico para se começar qualquer consideração sobre o sofrimento, não é a inocência, mas a culpa. No começo da Bíblia está um relato do que é chamado a “Queda do Homem” . Ele está lá para lembrar-nos que vivemos em um mundo “caído” , um mundo em desordem e sob a maldição de Deus. A resposta de Deus ao pecado de Adão e os pecados de sua descendência é uma condenação. Deus prometeu a morte “no dia em que dela comeres” . Entretanto, num sentido final, a morte foi adiada. Enquanto isso, a vida consiste em múltiplos mini-julgamentos que nos visitam por causa do pecado de Adão e de nossos próprios pecados, como pré-estréias do julgamento final. Estes mini-julgamentos, porque são desprovidos da morte eterna do inferno, são, em efeito, graciosos estágios de execução.
O que estamos dizendo é que cada momento que um de nós vive do lado de cá do inferno é um problema. Como é que um Deus justo e verdadeiro pode tolerar o mal e deixá-lo continuar existindo? Como ele pode atrasar seu aviso de que “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4)? O problema não é a dor, mas o prazer. Uma justiça severa lançará cada um de nós no inferno. Qualquer coisa menor do que isso – enfermidade, injúria, miséria, fome, ou sofrimento profundo – é misericórdia.
Considere a resposta de Jesus à questão de seus discípulos sobre os infelizes galileus que haviam sido massacrados por Pilatos (Lc 13). Eles queriam saber se “estes galileus eram mais pecadores que os outros porque sofreram este destino” . Esta questão é antiga. Aqueles que sofrem, sofrem porque são mais pecadores que as outras pessoas? Podemos dizer que o sofrimento é diretamente proporcional ao pecado? A resposta popular é dizer “não” , e ela está correta. Podemos corretamente citar Jó como um exemplo de um homem que não sofreu por seu pecado pessoal. Jesus, de fato, diz: “Não eram, eu vo-lo afirmo…” Jesus concorda com a resposta popular ao dizer que estas pessoas não eram necessariamente mais merecedoras de sofrimento que outras. Elas não morreram porque eram mais pecadoras que o resto. Nós esperávamos que ele continuasse a falar sobre como o sofrimento é imerecido. Muitas vezes, nós diríamos, os inocentes sofrem neste mundo. Freqüentemente, nós dizemos, é o bom que é injuriado e ofendido. Mas, surpresa, isso não é o que ele diz afinal. Em vez de dizer que alguns são sofredores inocentes, ele diz que todos merecem sofrer deste modo. Ele avisa que “se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” . Em outras palavras, não é que eles sejam piores do que os outros, mas é o que cada pecador merece, e terá, a menos que se arrependa. Jesus não se concentra na tragédia que caiu sobre alguns, mas na graça pela qual a maioria é poupada.
Da mesma maneira, Jesus continuou a falar nos dezoito sobre quem a “torre de Siloé caiu e matou” . Ele pergunta: “(eles) eram mais culpados que os outros habitantes de Jerusalém?” Podemos deduzir, a partir da quantidade de sofrimento que as pessoas suportam, quem é justo e quem é pecador? Não, ele diz. Mas, novamente, isso significa que eles poderiam não ser merecedores? Não. Eles têm o que todos merecem, mas alguns são poupados.
Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis (Lc 13.5).
Assim, o problema do sofrimento, como Jesus o interpreta, não é afinal um problema de dor. A dor pode ser explicada facilmente. Vivemos em um mundo caído e sob julgamento. Todos os piqueniques da vida têm suas formigas. Em nossa lua-de-mel, Emily e eu fomos um dia à praia. Quando chegamos, começou a chover. Não sendo a teóloga da família, ela perguntou: “por que Deus fez isso conosco?” Minha resposta sensível foi: “por que não choveu outro dia? Por que ele permitiu que viéssemos aqui afinal?” Ela não estava para brincadeira. É claro, há sofrimento. O extraordinário não é que exista dor, mas que exista prazer. Uma vez que se entenda a doutrina da queda e da depravação do homem, o problema filosófico não está no explicar o porquê Deus permite o sofrimento, mas no porquê ele mostra graça e misericórdia. Qualquer dor e sofrimento menor que as chamas do fogo eterno no inferno, é um adiamento misericordioso de Deus. Eu posso entender porque sofremos. Eu não posso entender porque não sofremos mais.

Soberania e Dor
Em capítulos anteriores, vimos que a soberania de Deus se estende sobre cada molécula existente. Ele decretou e planejou “tudo quanto acontece” . Então, não pense por um só momento que sua dor está excluída. Quando eu estava no seminário, um jovem cristão muito promissor, um estudante talentoso da Cal Tech [2], com uma mente brilhante, estava se preparando para uma missão de campo com os Tradutores Wycliffe da Bíblia. Ele caiu, em uma viagem a pé e morreu tragicamente. Um teólogo evangélico mundialmente famoso disse em seu funeral: “Esta não era a vontade de Deus” . Em um funeral em Savana, poucos anos atrás, uma declaração similar foi feita no velório de uma jovem mãe que morreu repentinamente: “Deus não queria que isso acontecesse”. Esta posição também é tomada num livro muito popular, Why Bad Things Happen to Good People (Porque Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas). O autor perdeu sua filha adolescente para a leucemia. Ele lutou tentando explicar como Deus poderia ter permitido que isso acontecesse. Note seu modo de pensar. Existem pessoas “boas” (leia “inocentes” ) que não merecem que coisas “más” aconteçam a elas. A resposta que ele deu foi que Deus é bom, mas não há nada que ele possa fazer acerca do sofrimento. Ele não pode interferir. Suas mãos estão atadas. Ele não é culpado. Ele não pode ser acusado. Podemos estar certos de que ele ainda nos ama, pois não foi ele quem fez estas coisas horríveis acontecerem conosco.
O que podemos dizer sobre isso? Em nosso conceito, esta explicação não oferece qualquer consolação e, de fato, é horripilante. Por quê? Considere o seguinte.
Primeiro, se existe um Deus, o que acontece deve ser sua vontade . Se acontece alguma coisa que não é de sua vontade, ele não é Deus, e nós temos um problema. Se existem moléculas perambulando por aí, fazendo o que não foi ordenado por Deus, então ele tem um concorrente igual a ele, portanto não é Deus como a Bíblia o descreve. Para Deus ser Deus, ele deve ser soberano. Para ele ser soberano em tudo, ele deve ser o soberano sobre tudo .
Deixe-me ver se consigo esclarecer o que eu quero dizer. Todos os que crêem em Deus, crêem que ele pode prever todas as coisas. Uma vez que você deixe de crer na presciência, você realmente deixa de crer em Deus. O que ele prevê, certamente acontecerá. Então quando Deus prevê algo e decide permitir que aconteça, ele o faz porque isso convém a seus propósitos. Isso serve a seus planos. A alternativa é dizer que ele prevê coisas e as permite até mesmo que elas não combinem com seus propósitos, o que é claramente ilógico e absurdo. Isso não significa que ele “gosta” do que prevê, ele só permite que aconteça porque encontra algo positivo e alguma razão nisto. O bom Deus permite acontecer o que acontece porque convém a seus propósitos; e seus propósitos são bons.
Às vezes as pessoas tentam evitar as implicações disto apelando para a previsão, dizendo que Deus meramente “prevê” todas as coisas, ele não as fará realmente. Mas conforme pudemos ver, esta distinção não se sustenta. O que um Deus onipotente prevê e permite, ele quer e ordena.
Segundo, ou os eventos têm um significado dado por Deus, ou não têm sentido algum . Na tentativa de manter Deus “fora da armadilha” , as pessoas acabam deixando suas tragédias sem sentido, transformando-as em algo realmente trágico. Você deve reconhecer que não pode haver dois caminhos. Ou Deus está nele, ou ele não está. Se ele não está, então é o diabo, o mal, a “sorte”, o destino, ou o acaso.
Quando eu era pastor dos jovens em Miami, nós presenciamos duas mortes trágicas de pais de adolescentes. Um foi o pai de minha esposa Emily, que sofreu um ataque do coração quando ela tinha apenas dezesseis anos. O outro foi do pai de uma garota de dezesseis anos também, mas as circunstâncias foram diferentes. Enquanto que o pai de Emily morreu de repente, este homem, o Dr. John Richardson, filho do Reverendo J.R. Richardson, morreu lentamente durante um período de quase dois anos. Os dias finais foram diferentes de qualquer coisa que eu já havia visto ou que veria. Ele morreu em casa, rodeado por sua família. Seus últimos momentos foram passados com sua filha mais nova aconchegada a ele de um lado, a outra filha nos seus pés, sua esposa ao seu outro lado, seus filhos sentados junto a sua cama. Esta foi a morte mais triste e mais doce que eu já presenciei. Algumas semanas depois, a filha mais nova veio a mim e perguntou: “Por que Deus permitiu isso?” Minha resposta foi gentilmente dizer: “Ah, ele permitiu, mas teve boas razões” , e continuei, “ e nós nos agarramos a isso porque a única alternativa é dizer que Deus não o permitiu, e não há razão e é apenas uma tragédia sem propósito” . O que você deve fazer agora? Confiar nele! Diga que ele não é o responsável e você perde a oportunidade de confiar nele.
“Deus é grande e Deus é bom”. Esta foi a primeira oração que eu aprendi. Ela também expressa o problema do sofrimento. Por que um Deus grande permite o mal quando ele poderia impedi-lo? Por que um Deus bom permite o mal quando o odeia? Negue qualquer lado da equação e você resolverá o problema do mal: Deus é bom, mas não é grande; ele gostaria de impedir o mal, mas ele é fraco. Deus é grande, mas não é bom; ele não quer impedir o mal porque ele se deleita nele.
Desde Agostinho, os cristãos têm dito que Deus permite o mal para um bem maior. O paradigma é encontrado na crucificação. Quando o homem realizou este grande mal, Deus produziu a partir dele o maior bem. Porém, a crucificação foi realizada pelo “determinado desígnio e presciência de Deus” (At 2.23). Deus estava nela; ele a tinha ordenado. Da mesma maneira, ele está em nosso sofrimento. Por ele estar no sofrimento, este tem um propósito, tem um sentido.

Cristo e a Dor
Finalmente, vamos às respostas encontradas em Romanos 8. A maravilha de nossa adoção e conseqüentemente glorificação, leva Paulo a falar do caminho para a glória que é o caminho do sofrimento. Ele diz que nós somos “ co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados ” (8.17). Novamente, ele une o sofrimento e a glória dizendo: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (8.18). Ele fala de nossos “gemidos” e os contrasta com “nossa adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (8.23). Ele estimula à necessidade de “esperança” e “perseverança” (8.24,25). Ele promete a ajuda do Espírito quando oramos “ com gemidos inexprimíveis” (v.26). Então vem a jóia da coroa das promessas bíblicas. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Paulo regozija-se num Deus que está em todas as coisas, fazendo-as trabalhar para o bem daqueles que o amam. E precisamente no caso de que você pudesse parar e duvidar se você ama Deus o suficiente ou não, ele acrescenta: “daqueles que são chamados segundo o seu propósito” . Machen disse sobre estes versos:
… que pequeno conforto existiria nessas palavras se o versículo parasse ali – se nos tivesse sido dito simplesmente que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e então seríamos levados a acender aquele amor de Deus em nossos corações frios e mortos. Mas, graças a Deus, o versículo não termina ali. O versículo não diz apenas, “ sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus ” . Não, ele diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Aí está, meus amigos, o verdadeiro motivo de todo o nosso conforto – não em nosso amor, nem em nossa fé, ou em qualquer coisa que está em nós, mas neste misterioso e eterno conselho de Deus do qual vem toda a fé, todo o amor, tudo o que temos, somos e podemos ser neste mundo e no mundo que está por vir. [3]
Aqueles que amam a Deus são aqueles que foram chamados. Os chamados são aqueles que foram conhecidos de antemão (o que significa amados de antemão) e predestinados. A “corrente de ouro” está exposta no verso 30: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Àqueles nos quais Deus colocou seu amor – àqueles que foram chamados eficazmente a Cristo pelo evangelho, que foram justificados e glorificados (o tempo passado indica que Paulo até mesmo vê isso como um fato concluído) – é prometido que tudo tem um bom propósito para eles. O próprio Deus o garante.
Quando eu tinha três anos, meus pais distraidamente deixaram minha irmã e eu no carro da família depois que voltamos da Igreja num domingo. Nós brincávamos e eu soltei o freio de mão. O carro começou a rolar pela rampa da garagem. Nós nos apavoramos. Minha irmã pulou para fora do carro. Ela tinha cinco anos – podia fazer aquilo. Eu caí debaixo da roda dianteira, e nossa perua Plymouth ano 56 passou por cima das minhas costas, pescoço e cabeça.
Quando eu tinha quinze anos, eu estava praticando com o time de futebol do colégio, que incluía três futuras estrelas do futebol universitário, entre eles Vince Feragammo. Certa tarde, eu corri um “ reinício ” [4] padrão, peguei a bola, contornei o campo, tentei evitar meu defensor; nesta tentativa de evitá-lo, subitamente senti uma dor aguda na minha coxa. Um barulho tão forte como o de um galho de árvore quebrando pôde ser ouvido em todo o campo enquanto eu caía, minha perna torceu debaixo de mim, meu fêmur estava caprichosamente quebrado.
Por quê? Eu não sei. Eu não tenho que saber. Tudo o que eu sei é que Deus estava nesse acontecimento, e o estava trabalhando para o bem.
Alguns de vocês já sofreram coisas muito piores que isso. Alguns de vocês perderam filhos e netos em acidentes e doenças. Outros foram assolados pela morte de seus maridos e esposas. Amigos, parentes, outros amados têm sofrido com circunstâncias trágicas. Você tem gritado. “Ah não, isso não – tudo menos isso! Senhor, por quê? Por que o Senhor fez isso?” Talvez você tenha cultivado amargura. Você tem estado ressentido com Deus desde então. Você está desiludido e confuso. Tenha isso por certo – em Cristo, embora o diabo, o mundo e os inimigos tenham planejado sua destruição, Deus estava trabalhando todas as coisas para o bem.
Considere a vida de José. Que adversidades ele sofreu! Pense em seu coração quebrado por causa da total rejeição por parte de seus irmãos, que estavam prontos para matá-lo de imediato. Pense na dor de ter sido vendido como escravo, sendo obrigado a deixar sua família, e não vê-la por décadas. Mesmo no Egito ele teve que lidar com a falsa acusação de tentativa de estupro, armada pela esposa de Potifar, o qual o lançou na cadeia. Ele tinha muitos motivos para a amargura. Pense em tudo o que Deus permitiu que acontecesse. Sua infância lhe foi tirada, foi tirado de sua terra natal e de sua família, bem como seu bom nome, por que ele não deveria amaldiçoar a Deus? Mas o que ele diz? Ele vê a mão soberana de Deus em tudo. Primeiro, ele diz a seus irmãos: “Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gn 45.8). E numa segunda ocasião ele diz: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20). Leia de novo: “Deus o tornou em bem”, ele diz.
Algumas vezes, até mesmo muitas vezes, não saberemos que bem Deus estará trazendo da adversidade. Este não é o ponto crucial. O ponto crucial é saber que Deus é bom e que ele quer isso! Quando você perdeu seu amado, ele o quis. Quando você foi afligido por doenças, ele o quis. Quando você foi atingido por reversões financeiras, ele o quis. Ele promete transformar isso em bem. Agora você precisa confiar nele.
Crer na soberania de Deus tem algum impacto prático sobre a vida? Eu espero que você tenha começado a entender que estas doutrinas são vitais. Somente quando entendemos que Deus ordenou nosso sofrimento, podemos começar a entender o sentido dele. Somente então, estaremos certos de que ele tem um propósito. Quando as tragédias vierem, quando as adversidades atacarem, não seremos abalados. Sim, nós choraremos. Sim, nós sofreremos. Mas continuaremos andando confiantes, sabendo que Deus está no seu trono, que estamos em suas mãos, que nossas circunstâncias são seus feitos, e que ele trabalha este mal para o nosso bem.

Notas:
1. Iain Murray, The Puritan Hope , Banner of Truth, pp.179, 180.
2. NT – Cal Tech refere-se a California Technology School.
3. J. Gresham Machen, The Christian View of Man , Banner of Truth, p.68.
4. NT – Do inglês “quick-out”, refere-se ao início ou reinício do jogo no futebol americano.


Fonte: Extraído de A Doutrina da Graça na Vida Prática, Terry Johnson, Ed. Cultura Cristã, 2001. São Paulo, SP. p.45-58

Por que Acredito em Deus?


 
Como responder a esta pergunta?

Bom, vamos esclarecer do início:
PORQUE ACREDITO EM DEUS?
• Porque Deus é um ser necessário, e um ser necessário é aquele que é a razão de sua própria existência, e nós podemos atestar pelos sentidos, "mas como assim?" Simples! Pelo principio da causalidade sabemos que todo ser FINITO possui uma causa, podemos perceber isso por meio de nós mesmos ou seja, somos finitos e causados pelos nossos pais. Isso chamamos de contingência, ou seja um ser que pode ser e deixar de ser (existir) eu e você somos contingente pois um dia não fomos mas hoje somos (existimos).
Ora mas toda matéria é contingente, ela pode ser e pode deixar de ser o que ela é. Se tudo o que existisse fosse unicamente a matéria isso implicaria dizer que um dia nada foi, ou seja o nada absoluto existiu, todavia se o nada absoluto existiu nada existiria agora pois do nada nada vem. Além do mais se o nada absoluto existisse ele deixaria de ser o nada e passaria a ser alguma coisa, dessa forma concluímos que a existência é necessária pois mesmo que o nada existisse ele deixaria de ser o nada e seria algo, mas a matéria é contingente e finita, e tudo que é contingente e finito é causado por algo anterior a ele. Ora o universo é material e finito, logo ele é causado e antecedido por algo.
Como já explicado a existência é algo necessário, mas se tudo que existe é material logo a existência não seria necessária e sim contingente. Logo a causa primeira não pode ser material, deve ser IMATERIAL para ser existente por si só.
Em suma, Deus é um ser necessário e negar a existência dele é negar sua própria existência. rs
POR QUE SÓ PODE HAVER UM DEUS?
• Poque se houvessem vários deuses, seria preciso que se diferenciassem em alguma coisa; essa coisa caberia a um e não caberia a outro; e se essa coisa fosse uma privação, um deles já não seria plenamente perfeito; se fosse uma perfeição, um deles já não a possuiria; é, pois, impossível que haja vários deuses; por esse motivo os próprios filósofos da antiguidade, como que constrangidos pela verdade mesma, ao reconhecer a existência de um princípio infinito, reconheceram que esse princípio é um só.
POR QUE SÓ O MEU DEUS É O VERDADEIRO?
(By: Vitor)
• Bom, é fato de que "existem" vários deuses diferentes, daí nos perguntamos "por que somente Cristo é o verdadeiro?". Isso é simples! Para uma concepção mais perfeita em todos os sentidos de Deus, Ele precisaria ser:
•Onipotente
•Onipresente
•Onisciente
•Atemporal
•Imaterial
•Auto-existente
•Infinito/Eterno
•Não espacial
•Todo poderoso
•Pessoal
•Puro/Santo
•Inerrante
•Imutável
•Supremo
•Soberano, etc.
O "Deus" que citei é o Deus "monoteísta", logo cremos que o monoteísmo possui uma ideia totalmente perfeita de um "Deus" em TODOS os aspectos. Religiões com ideias diferentes de um único deus não podem ser perfeitas, consequentemente não podem ter o Deus verdadeiro, pois não possui as mesmas características, atributos e a perfeição do teísmo. Como o Hinduísmo(Panteísta-Politeísta), Budismo (Panteísta-ateísta), mormonismo (politeísta) e etc. Porém existem 3 religiões monoteístas; Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, mas como saber qual dos monoteísmos está certo? Muito fácil! O Cristianismo diz que Jesus é Deus; islamismo e judaismo negam que Cristo tenha sido Deus. Então se o Cristianismo é falso, fica ainda um dilema entre Judaismo e islã. Mas a prova de que Cristo é o Deus verdadeiro, se da porque: Cristo foi o único que fez milagres; o único que cumpriu todas as profecias bíblicas; é o único que possui, de maneira perfeita os atributos de Deus, se tornando a personificação do próprio Deus; predisse a ressurreição e ressuscitou, sendo também o único que possui 13 provas extrabíblicas/históricas de sua existência, que seriam: Flávio Josefo(37-100 d.c); Tácito(52-120 d.c.); Luciano de Samatosa(125-181 d.c); Plinio, o Jovem(61-141 d.c); Imperador Trajano(53-117 d.c); Suetenio(69-141 d.c); Talo (55 d.c); Flegão(seculo 1); Mara Bar-Serapião(73 d.c); Talmude, Rei abgar V, e o ossario do irmão de Jesus. Vale ressaltar que todos possuem autenticidade, já provados. Então, por isso creio que Jesus seja o verdadeiro Deus. O resto é gambiarra mesmo. :D
#Rannyel

Jeremias e a Vara de Amendoeira

 

 

Jeremias e a Vara de Amendoeira


"Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir". (Jeremias 1:11,12)

Amendoeira é uma palavra hebraica, "shoked", e significa "vigilante". Esta árvore é da família das rosáceas, de semente oleaginosa, e é a primeira planta a florescer na primavera. É como se ela ficasse vigiando o fim do inverno e o início da primavera, e quando ocorre o equinócio da primavera, a amendoeira é a primeira a brotar! Daí seu nome de vigilante.

Deus estava dizendo a Jeremias: Eu sou como a amendoeira que vigia a primavera. Eu estou vigiando para que as minhas palavras se cumpram. E você Jeremias deve aprender a ser vigilante como é a amendoeira.

Na simbologia bíblica "vara" significa "pessoa". Em João 15:5 Jesus afirmou: "Vós sois as varas..." Portanto "vara de amendoeira" significa: pessoa vigilante.

As profecias do Antigo testamento são expressas das seguintes maneiras: Verbal, Factual e simbólica.

1. Verbal - Quando ela é falada. "Assim diz o Senhor..." Assim se faz um enunciado do que vai suceder ou uma observação de Deus.

2. Factual - É quando um fato, algo que sucede, que é histórico, real, concreto, é apontado como um evento também a suceder no futuro. A páscoa é um fato histórico, real, mas já era um anúncio profético da obra do Senhor Jesus Cristo.

3. Simbólica - Quando um símbolo é tomado como sendo uma mensagem. Muitas vezes a simbólica vem através de atos ou palavras. Como Jeremias e a vara de amendoeira.

Quando Deus deu a Jeremias a visão da vara de amendoeira, ele alertava para a vigilância, pois a Palavra de Deus iria se cumprir, quer Jeremias quisesse ou não. Não que Deus fosse ruim, mal, mas porque Ele já sabia do pecado de Judá. Jeremias jamais poderia se intimidar por se achar uma criança, ou incapaz, e deixar de anunciar o que Deus iria mandar.

O cristão deve ser vigilante, não somente porque "Jesus vai voltar" mas também em anunciar as Boas Novas do Reino, pois sabemos que a Palavra de Deus irá se cumprir, quer o mundo queira ou não. E já tem se cumprido! Não podemos nos intimidar diante de pessoas da alta sociedade, ou de pessoas que tem "pensamento positivo" sobre o mundo e a vida, mas anunciar que Jesus está voltando, e que este mundo (kosmos=sistema de coisas) tem um prazo estabelecido por Deus.

"Prega a palavra". Esta foi a ordem dada a Timóteo. "...instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes..." (2 Timóteo 4:2) Esta Palavra não nos ensina a sermos incovenientes, em que em qualquer lugar devamos ficar 24 horas pregando sem parar, se tornando um crente chato. Mas de ter o compromisso de dever anunciar nas horas certas, que é chegado o Reino dos Céus. Que o Senhor Jesus derramou na cruz do calvário sangue puro para nos salvar. Nunca deixar de falar!

Devemos vigiar também sobre a volta do Senhor Jesus Cristo. Mas não apenas esperar com medo, ou porque "o mundo vai se acabar", etc, como se seguir ao Senhor fosse por medo ou pressão. Mas obedecer ao "ide", pois bem aventurado o servo que o Senhor assim o encontrar fazendo.

Muitos pensam que falaram de Jesus em vão, que foram alvos de piadas, zombarias, e arrependem-se até de terem falado sobre Deus. Se o amado leitor não sabe a semente da amendoeira é chamada de "um despertar". Ela permanece nas ondas do mar por meses, e quando a maré enche, é lançada pelas ondas na praia, e se torna uma árvore enorme. A palavra de Deus nunca volta vazia. O nosso trabalho nunca é vão no Senhor Jesus Cristo. A semente da Palavra de Deus que você lançou em algum coração, um dia a maré enche. Um dia essa semente germina. Um dia desses ela se torna uma linda árvore. Saiba que o tempo de Deus não é nosso tempo. Seja vigilante como é a amendoeira. Seja o primeiro a falar. Seja o primeiro a dizer: Jesus é bom. E esses frutos, mesmo que demorem, eles irão se transformar em lindas árvores para a Glória do Senhor Jesus!

Que Deus te abençoe rica e poderosamente em nome de Jesus.
|  Autor: Pastor Denis de Oliveira  |  Divulgação: estudosgospel.Com.BR |

Instagram

Você sabe dominar a luxúria?

CLIQUE ABAIXO Combate a luxúria