Somos uma igreja confessional e reformada





O que significa ser confessional? Os reformados afirmaram a sua ortodoxia adotando credos, catecismos e confissões para resumir e declarar organizadamente o que criam. Esta é uma prática antiga na Igreja Cristã, originando-se nas orações dos crentes da antiga aliança e nos ritos de batismo do século I.[1] Paulo instrui Timóteo que “mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós” (2 Tm 1:12-13). Por isso, os cristãos são chamados a guardar “o bom depósito”, isto é, a preservar fielmente o sistema doutrinário, sem alterar a sua essência. A finalidade da prática confessional era identificar a unidade pela verdade, denunciar o erro e excluir os hereges.

Qual é a necessidade de sermos confessionais? David W. Hall observa que a prática da subscrição confessional pelos reformadores possuía os seguintes motivos doutrinários: unidade, clareza, defesa de falsas acusações, defesa e preservação de identidade, bem como uma variedade de declarações públicas.[2] Esta preocupação está de acordo com o claro ensino da Escritura Sagrada. Judas declara que “quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3). Ele não se referiu somente ao aspecto subjetivo da fé, ou seja, a confiança e consentimento, mas, em especial ao conteúdo doutrinário da fé. Assim, o seu argumento é que os seus leitores deveriam defender a doutrina que receberam contra indivíduos que haviam se introduzido na Igreja, e disseminavam a libertinagem e negavam a sã doutrina (Jd 4).

Somos uma denominação reformada de herança puritana. Por isso, subscrevemos os Padrões de Westminster como fiel exposição do ensino da Escritura Sagrada. O endosso destes documentos doutrinários deve ser integral, isto é, em todas as suas declarações doutrinárias. Isto significa que aceitamos todas as afirmações e nos empenhamos em viver por elas. Mas, infelizmente há quem sendo presbiteriano não seja coerente. Há alguns motivos para isso: 1) aqueles que desconhecem porque não foram instruídos; 2) aqueles que conhecem superficialmente e que, ignorando as declarações precisas e suas implicações, acabam descumprindo a sua palavra; e, 3) aqueles que declaram verbalmente aceitar, mas intencionalmente rejeitam no coração. Estes últimos divorciam a convicção da confissão, e isto resulta em desonestidade confessional. Entendemos que a reserva mental sempre é pecado! É minha intenção com este texto, como membro desta igreja, que você seja informado, doutrinado, e honestamente se comprometa com a nossa identidade confessional reformada.

A nossa tradição usa confissões e catecismos para apresentar o nosso sistema doutrinário.[3] Isto ocorre num contexto em que somos chamados a confessar a nossa fé aos de fora da igreja. Estes documentos resumem sistematicamente o ensino da Escritura Sagrada acerca de vários temas. Eles também são úteis para o exercício da verdadeira piedade, bem como para uma resumida apresentação do que cremos em nossa fé reformada.
A IPB exige de seus oficiais e membros a plena subscrição dos Padrões de Westminster que são:
1. A Confissão de Fé de Westminster
2. O Catecismo Maior de Westminster
3. O Breve Catecismo de Westminster

Entretanto, aceitamos e usamos para estudo da fé reformada:[4]
1. A Confissão Belga (1561)
2. O Catecismo de Heidelberg (1563)
3. A Segunda Confissão Helvética (1566)
4. Os Cânones de Dort (1618-1619)

E, também recebemos os antigos credos como parte da nossa declaração de fé:
1. O Credo Apostólico
2. O Credo Niceno
3. O Credo de Calcedônia

Como usamos os catecismos e confissões? Segue algumas sugestões:
1. A nossa denominação os usa para afirmar a sua identidade confessional reformada. Quando alguém nos pergunta no que cremos, eles representam a nossa herança doutrinária. Eles são úteis para a leitura contínua e consulta do corpo doutrinário de nossas convicções.
2. O presbitério os usa em debates teológicos e na avaliação de oficiais e tribunais eclesiásticos. Quando há controvérsias envolvendo assuntos litúrgicos, doutrinários e da prática da vida cristã, parte da fundamentação para corrigir e estabelecer as nossas decisões conciliares dependerão destes documentos.
3. As nossas instituições teológicas devem usá-los para aferir a fidelidade confessional de seus docentes. A contratação e continuidade de um professor, que inevitavelmente será um formador de opinião, deve ocorrer mediante exame da JURET e JET. O ambiente acadêmico favorece o estudo e análise de diferentes vertentes teológicas, entretanto, a formação teológica de nossos futuros pastores, deve ser realizada com compromisso confessional pelos nossos seminários. A maioria dos alunos são candidatos ao sagrado ministério, e devem ser avaliados pelos seus compromissos de crença.
4. Nos cursos de treinamento de oficiais e liderança os nossos documentos precisam ser estudados prescritivamente. Eles exercerão o governo na igreja local e nas diferentes esferas conciliares de nossa denominação. Antes de sua ordenação ou designação, serão examinados pelo conselho, e professarão conhecimento, entendimento e compromisso aos nossos padrões de fé. [ PARA TREINAMENTO E SELEÇÃO DE OFICIAIS - ACESSE AQUI ] & [ PARA EXAME DE CANDIDATOS AO OFICIALIATO DA IGREJA - ACESSE AQUI ].
5. O Conselho os têm como padrão em questões doutrinárias e recebimento de membros. A unidade da igreja se dá no compromisso coletivo com a verdade. Os presbíteros supervisionam da honesta obediência dos votos que os membros realizaram em seu exame e pública profissão fé.
6. Os pregadores os citam nos seus sermões para ilustrar ou como parte da argumentação. O sermão sempre é doutrinário em sua essência, por isso, o culto público é excelente lugar para proclamação, instrução, correção e conforto dos seus participantes.
7. Estudá-los nas reuniões de estudo doutrinário durante a semana. O pastor poderá realizar estudo expositivo sequenciado usando os Padrões de Westminster. Há comentários da Confissão de Fé e dos Catecismos que enriquecem o entendimento e a sua aplicabilidade em questões práticas da vida cristã.
8. Os discipuladores devem usa-los constantemente para o preparo dos estudos. Seja no discipulado para iniciantes ou avançado, o aprendiz carece se familiarizar com fé cristã em sua expressão documental. Esteja seguro de que não é a mera opinião de um membro, mas o legado doutrinário que esposa fielmente a sistematização da Escritura Sagrada.
9. Os professores da Escola Dominical podem recorrer a eles para eximir alguma dúvida ou controvérsia em aula. Havendo divergência nalgum assunto, os professores deverão fechar o assunto, quando possível, através da nossa confessionalidade.
10. Os pequenos grupos que se reúnem nas casas podem usá-los como roteiro de estudo. O estudo do Breve Catecismo de Westminster é um proveitoso recurso para o estudo em grupos que se reúnem nos lares. Nestas reuniões de caráter mais informal sempre recebem visitantes, quer sejam convertidos, ou não, e os comentários dos participantes, não podem criar no desenvolvimento do estudo uma abertura para a aceitação da pluralidade de opiniões como igualmente válidas. O pequeno grupo não é uma igrejinha dentro da igreja, onde o livre pensamento é adotado independentemente do corpo doutrinário oficial.
11. As famílias podem acrescentar a sua leitura no culto doméstico. A leitura da Escritura, a oração e cânticos, somados ao estudo dos Padrões de Westminster enriquecerão o exercício espiritual que nutrem o crescimento. O culto doméstico propicia a comunhão, instrução e a adoração no lar, se forem usados os nossos diretórios doutrinários certamente forjará famílias com saudáveis convicções. Assim, formar famílias fortes resultará numa igreja vigorosa.
12. A leitura das declarações e textos bíblicos neles contidos são proveitosos para a devocional diária. O uso de livretos para fins devocionais apesar de úteis, podem ser acompanhados pela leitura de uma ou duas perguntas dos catecismos, ou parágrafos da Confissão de Fé. São pensamentos com denso conteúdo bíblico que alimentam e nos preparam para viver diariamente na presença de Deus.

É possível ser membro da Igreja Presbiteriana de Brasil e não ser confessional? Os Conselhos ao examinar o candidato à profissão de fé, ou membros em processo de transferência, deveriam ser criteriosos quanto a nossa identidade confessional. Caso o candidato se negue a subscrever o nosso sistema de doutrina, ele não deveria ser recebido como membro da igreja local. Por isso, antes do exame, recomenda-se que os candidatos a membros deverão ser discipulados, participar da Classe de Catecúmenos e ler os Padrões de Westminster. A pressa de recebê-lo como membro da igreja local é prejudicial, porque é necessário ajudá-lo a entender o que cremos, para que seja verdadeiro quando fizer sinceramente a sua pública profissão de fé diante da igreja, em culto solene, e acima de tudo do verdadeiro Deus que exige o nosso sim, significando sim. Sobre o zelo no exame de candidatos a membro [ ACESSE AQUI ]

Recomendo a leitura sobre a prática da subscrição confessional, conforme adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil:
1. Carl R. Trueman, O imperativo confessional (Brasília, Editora Monergismo).
. David W. Hall, The practice of confessional subscription (Oak Ridge, The Covenant Foundation).
. Morton H. Smith, The case for full subscription to Westminster Standards in the Presbyterian Church in America (Greenville, GPTS).
. Ulisses Horta Simões, A subscrição confessional - necessidade, relevância e extensão (Belo Horizonte, Efrata Publicações e Distribuição).


NOTAS:
[1] Philip Schaff reconhece nas Escrituras os seguintes credos em forma embrionária: Êx 20:2-3; Dt 6:4; Jo 1:50; Mt 16:16; 28:19; Jo 6:68; 20:28; At 8:37; 1 Co 8:6; 1 Tm 3:16; Hb 6:1-2. Philip Schaff, The Creeds of Christendom – with a history and critical notes (Grand Rapids, Baker Books, 2007), vol. 2, pp. 3-8.
[2] David W. Hall, “Southern Presbyterians: The virtue of confessional relaxation?” in: Joseph A. Pipa Jr., org., Confessing our hope – Essays celebrating the life and ministry of Morton H. Smith (Taylors, Southern Presbyterian Press, 2004), p. 97.
[3] A relevância da tradição está em preservar e passar adiante a verdade. Ela deve ser um instrumento para comunicar o ensino da Palavra de Deus, e nunca parte dela.
[4] Aqueles que leem em inglês poderão estudar de modo mais completo as confissões de herança calvinista. Se for do interesse saber James T. Dennison Jr. publicou uma coletânea bem extensa dos documentos confessionais reformados desde o século XVI até o XVII. Veja em James T. Dennison, Jr., ed., Reformed Confessions of the 16th and 17th Centuries in English Translation (Grand Rapids, Reformation Heritage Books) em 4 volumes. Este manual é a compilação mais completa dos documentos reformados disponível em inglês.


http://doutrinacalvinista.blogspot.com/2016/05/somos-uma-igreja-confessional.html

Grupo de Louvor não são levitas!





Introdução
Os levitas eram israelitas da tribo de Levi. Essa tribo foi escolhida por Deus para cuidar do templo e guiar o povo na adoração a Deus. Os os sacerdotes do templo eram todos descendentes de Arão, que era levita. O povo de Israel tinha 12 tribos, que eram os descendentes dos 12 filhos de Jacó. Os levitas eram descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó com Lia. Levi foi um homem violento, mas seus descendentes se tornaram uma grande tribo.
Durante a escravatura dos israelitas no Egito, nasceram os levitas mais famosos de Israel: Moisés e seus irmãos Arão e Miriã. Debaixo da liderança de Moisés, os israelitas se libertaram e saíram do Egito, rumo à terra prometida. Miriã era profetisa e Arão foi escolhido por Deus para ser Seu sacerdote, a ponte entre o povo e Deus (Êxodo 28:1). Antes de chegarem à terra prometida, os israelitas ficaram 40 anos no deserto. Certa vez, durante esse tempo, os israelitas se rebelaram contra Deus e se voltaram para a idolatria. Mas a tribo de Levi se manteve fiel e lutou contra os idólatras. Por isso, Deus escolheu os levitas para trabalharem no serviço do templo (Números 8:9-11).

Quais eram as funções dos levitas?
Os levitas faziam todo o trabalho ligado ao templo de Deus. Os descendentes de Arão eram os sacerdotes, que eram os únicos que podiam entrar no edifício do templo para oferecer sacrifícios a Deus (Levítico 1:10-11). Eles também abençoavam o povo, carregavam a Arca da Aliança e recebiam uma porção dos sacrifícios para seu sustento. Os outros levitas eram divididos por clãs e, no tempo do tabernáculo, carregavam todas as partes da tenda sempre que este mudava de lugar. Quando o templo foi construído em Jerusalém, no tempo de Salomão, os levitas tinham assumido várias outras funções ligadas ao templo:
·         Porteiros
·         Guardas
·         Administradores
·         Músicos e líderes de louvor
·         Professores que ensinavam as leis de Deus
Visto que trabalhavam para o templo, os levitas não receberam uma porção de terra como herança, como as outras tribos de Israel. Deus era sua herança. Seu trabalho no templo era muito importante para a nação, por isso o resto do povo tinha a responsabilidade de sustentar os levitas com seus dízimos (Números 18:23-24). Os levitas depois davam o dízimo do que tinham recebido para o sustento dos sacerdotes. Eles também receberam algumas cidades espalhadas por Israel, para terem onde morar. Assim, os levitas estavam próximos de todos os israelitas.

Há levitas hoje?
Atualmente, entre os judeus ainda há descendentes de Levi. Mas os levitas já não podem realizar todas as funções descritas no Antigo Testamento porque o templo foi destruído em 70 d.C. No Novo Testamento, Jesus instituiu uma nova ordem. Agora, todo cristão é dedicado a Deus e chamado para O servir (1 Pedro 2:9). Não é preciso ser levita ou de uma família especial. Todos devem cuidar da igreja e viver em consagração a Deus, refletindo Sua glória no mundo à sua volta.
Em algumas igrejas, se tornou popular chamar os membros do grupo de louvor de levitas, porque uma das funções dos levitas israelitas era liderar o louvor no templo. No entanto, esses novos levitas não têm muito em comum com os levitas da Bíblia, que tinham muitas outras funções.


fonte: https://www.respostas.com.br/quem-sao-os-levitas/

Breve Histórico IPB

Capítulo 1 ____________

Quem somos e de Onde Viemos?
Uma das coisas mais importantes para todo grupo é ter uma consciência clara da sua identidade e objetivos. A identidade tema ver com as raízes, a história, as características distintivas. Os objetivos são uma decorrência disso: à luz das raízes, da identidade, das convicções básicas, serão estabelecidos os alvos, as prioridades, as maneiras de ser viver no mundo. Isto se aplica perfeitamente aos presbiterianos. Todavia, ocorre que muitos presbiterianos ignoram a sua identidade, não sabem exatamente quem são, como indivíduos e como igreja. 
Não conhecendo as suas origens —históricas, teológicas, doutrinárias — eles têm dificuldade de posicionar-se, quanto a uma série de questões e de definir com clareza os seus rumos, as suas prioridades. Muitas vezes, quando questionados por outras pessoas quanto a suas convicções e práticas, sentem-se frustrados com sua incapacidade de expor de modo coerente e convincente as suas posições.

Quem Somos?
A Igreja Presbiteriana do Brasil —IPB — é uma federação de igrejas que têm em comum uma história, uma forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida comunitária. Historicamente, a IPB pertence â família das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido no Brasil em 1859, como fruto do trabalho missionário da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos(sul no nordeste e norte no sudeste). 
Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suíça e escocesa, no século 16, lideradas por personagens como Ulrico Zuínglio, João Calvino e João Knox. O nome "igreja presbiteriana" vem da maneira como a igreja é administrada, ou seja, através de "presbíteros" eleitos pelas comunidades locais. Essas comunidades são governadas por um "Conselho" de presbíteros e estes oficiais também integram os concílios superiores da igreja, que são os Presbitérios, os Sínodos e o Supremo Concilio.
Quanto à sua teologia, a Igreja Presbiteriana do Brasil é herdeira do pensamento do reformador João Calvino (1509-1564) e das notáveis formulações confessionais (confissões de fé e catecismos) elaboradas pelos reformados nos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos elaborados pela Assembleia de Westminster, reunida em Londres na década de 1640. A Confissão de Fé de Westminster, bem como os seus Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente pela IPB como os seus símbolos de fé ou padrões doutrinários.
Quanto ao culto, as igrejas presbiterianas procuram obedecer ao chamado "princípio regulador". Isso significa que o culto deve ater-se às normas contidas na Escritura, não sendo aceitas as práticas proibidas ou não sancionadas explicitamente pela mesma. O culto presbiteriano caracteriza-se por sua ênfase teocêntrica (a centralidade do Deus triúno), simplicidade, reverência, hinódia com conteúdo bíblico e pregação expositiva.
A seguir analisaremos três termos importantes cujo significado precisa ser corretamente compreendido: reformado, calvinista e presbiteriano. Esses nomes do nosso movimento são sinônimos em alguns aspectos e diferentes em outros.

Reformados
0 presbiterianismo derivou da Reforma Protestante do século 16. Pouco depois que o protestantismo começou na Alemanha, sob a liderança de Martinho Lutero, surgiu uma segunda manifestação do mesmo no Cantão de Zurique, na Suíça, sob a direção de outro ex-sacerdote, Ulrico Zuínglio (1484-1531). Para distinguir-se da reforma alemã, esse novo movimento ficou conhecido como Segunda Reforma ou Reforma Suíça. O entendimento de que a reforma suíça foi mais profunda em sua ruptura com a igreja medieval e em seu retorno às Escrituras, fez com que recebesse o nome de movimento reformado e seus simpatizantes ficassem conhecidos simplesmente como "reformados". Inicialmente, o movimento reformado esteve mais ligado à pessoa de Zuínglio. Porém, com a morte prematura deste, o movimento veio a associar-se com seu maior teólogo e articulador, o francês João Calvino (1509-1564). A propósito, os "protestantes", fossem eles luteranos ou reformados, só passaram a ter essa designação a partir da Dieta de Spira, em 1529.
Portanto, o movimento reformado é o ramo do protestantismo que surgiu na Suíça, no século 16, tendo como líderes originais Ulrico Zuínglio, em Zurique, e João Calvino, em Genebra. Esse movimento veio a caracterizar-se por certas concepções teológicas e formas de organização eclesiástica que o distinguiram dos outros grupos protestantes (luteranos, anabatistas e anglicanos). A tradição reformada foi preservada e desenvolvida pelos sucessores imediatos e mais remotos dos líderes iniciais, tais como João Henrique Bullinger (1504-1575), Teodoro Beza (1519-1605), os puritanos ingleses e outros.
Até hoje, as igrejas ligadas a essa tradição no continente europeu são conhecidas como Igrejas Reformadas (da Suíça, França, Holanda, Hungria, Romênia e outros países). Porém, o termo reformado é mais que a designação de uma tradição teológica ou eclesiástica. É um conceito abrangente que inclui todo um modo de encarar a vida e o mundo a partir de uma série de pressupostos, dentre os quais se destaca a soberania de Deus.

Calvinistas
O calvinismo, como o nome indica, é o sistema de teologia elaborado pelo mais articulado e profundo dentre os reformadores, João Calvino. Esse sistema, contido especialmente na obra magna de Calvino, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas, resulta de uma interpretação cuidadosa e sistemática das Escrituras, e tem como um de seus principais fundamentos a noção da absoluta soberania de Deus como criador, preservador e redentor. O calvinismo não é somente um conjunto de doutrinas, mas inclui concepções específicas a respeito do culto, da liturgia, do ministério, da evangelização e do governo da igreja. Normalmente, todos os reformados deveriam ser calvinistas, mas isso nem sempre ocorre na prática. Muitos herdeiros de Calvino, embora se considerem reformados, não mais se designam ou podem ser designados como calvinistas, por terem abandonado certas convicções e princípios básicos defendidos pelo reformador. Portanto, todo calvinista é reformado, mas nem sempre a recíproca é verdadeira.

Presbiterianos
O termo presbiteriano foi adotado pelos reformados nas Ilhas Britânicas (Escócia, Inglaterra e Irlanda). Isso se deve ao contexto político-religioso em que o protestantismo foi introduzido naquela região, no qual a forma de governo da igreja teve uma importância preponderante. Os reis ingleses e escoceses preferiam o sistema episcopal, ou seja, uma igreja governada por bispos e arcebispos, o que permitia maior controle da igreja pelo estado. Já o sistema presbiteriano, isto é, o governo da igreja por presbíteros eleitos pela comunidade e reunidos em concílios, significava um governo mais democrático e autônomo em relação aos governantes civis. Das Ilhas Britânicas, o presbiterianismo foi para os Estados Unidos e dali para muitas partes do mundo, inclusive o Brasil.
Daí resulta outra distinção importante. Todo presbiteriano é, por definição, reformado e, em teoria, calvinista. Porém, nem todos os calvinistas são presbiterianos. Um bom exemplo é a Inglaterra dos séculos 16 e 17. Quase todos os protestantes ingleses daquela época eram calvinistas, mas muitos deles não aceitavam o sistema de governo presbiteriano. Entre eles estavam os anglicanos e os congregacionais, além de outros grupos.

Conclusão
Em conclusão, ao dizermos que somos reformados, calvinistas e presbiterianos, ficam implícitos outros dois elementos igualmente importantes da nossa identidade, que nos lembram que não estamos sozinhos na caminhada — somos cristãos e somos evangélicos. Se de um lado devemos valorizar a nossa herança, de outro lado não devemos nos tornar exclusivistas, lembrando que o corpo de Cristo é maior que o movimento ao qual estamos ligados.


fonte: 

O QUE TODO PRESBITERIANO INTELIGENTE DEVE SABER


O papel da Esposa no Casamento





Aula 04
O papel da Esposa
Gênesis 2:18-23; Efésios 5:22-24
introdução
O movimento feminista, em sua maioria, tem feito de tudo para demonstrar o papel da mulher, da esposa, da mãe, etc. o que foi pregado por estas feministas radicais não está de acordo com a palavra de Deus, muitas pretendem forçar a Bíblia para que esta se adapte às suas convicções, contudo seguiremos as Escrituras quanto a esse assunto.
I-            Origens
O relato bíblico ensina que Deus criou a fêmea depois de haver criado o macho. A passagem indica que a mesma foi criada de semelhante substância do homem; ela não é um ser inferior como portadora da imagem de Deus e, como próprio relato diz ela é idônea, ou seja, perfeitamente adequada ao homem recém-criado.
II-       Auxiliadora Idônea
  A mulher é chamada de auxiliadora idônea, sendo igual ao homem a mulher deve capacitar, equipar o macho a cumprir sua humanidade na sua inteireza, assim como ele deve fazer com ela. A mulher é a companheira ou auxiliadora perfeitamente adequada.
Muitas vezes na bíblia Deus é visto como auxiliador: Sl 30:10  Ouve, SENHOR, e tem compaixão de mim; sê tu, SENHOR, o meu auxílio. Sl 54:4  Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida. Percebeu que o SENHOR DEUS criador dos céus e da terra, sustentador de todas as coisas visíveis ou invisíveis foi chamado para ajudar, para ser um auxiliador, aquele que apoia, ajuda e socorre em todos os momentos.
Quando Deus chama a mulher de auxiliadora perfeitamente adequada (idônea) ele se refere a alguém que como ele mesmo ficaria ao lado, alguém que representaria Deus para o homem servindo de bálsamo e consolo. Esse papel magnífico foi dado à mulher isso significa que o homem necessita de auxílio, não somente de Deus, mas também de alguém que represente Deus em sua vida.

III-     Maternidade
o papel supremo da mulher segundo a Bíblia sagrada é ser mãe, Deus habilita as mulheres a serem portadoras da semente do casamento que por sua vez é a imagem e semelhança de Deus.
Que importante papel Deus fornece à mulher. Ela se coloca como auxiliadora, assim como Deus se coloca ao lado do seu povo. Ela se torna a portadora do fruto e seu marido deve estar ao seu lado para ambos desfrutar do imenso prazer de serem pais.

IV-      Seu Marido
Diante de tantas vozes nos dizendo o que fazer preferimos ficar com o padrão bíblico e seguir o ideal de uma mulher especificamente, Sara. Pedro em sua carta faz menção a ela: 1Pedro 3:1-6. 1  Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,2  ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.3  Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;4  seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.5  Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido,6  como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma. Sara, apesar de pecadora, olhava para seu marido como uma dádiva de Deus, ela o considerava cabeça da família, não apenas no sentido de provisão, mas que ele geraria filhos. A ele foi dada a responsabilidade de liderança e autoridade e ela reconhecia isso, porém ela nunca abriu mão da sua própria personalidade a mulher não deve suprimir seu papel, seus dons, e sua personalidade.
Conclusão
Diante de tudo que foi visto para concluir podemos destacar um exemplo da mulher da aliança em provérbios 31. Vale a pena uma leitura detalhada ela é esposa e mãe, mulher de virtude e força, ela coordena a casa e os negócios da família, generosa, e apoia seu marido como líder na sociedade, ela teme a Deus e, portanto, deve ser louvada. Amém.

Esposo Segundo a Bíblia


Aula 03
Esposo segundo a Bíblia.
1 Pedro 3:7.
introdução
Nos dias atuais o papel do homem tem mudado bastante nas sociedades pelo mundo afora, antes eram tidos como dominadores nas relações conjugais e após os anos 60 e 70 com surgimento do movimento feminista o homem passou da opressão à omissão total.
Maridos sem expressividade, sem responsabilidade, sem proatividade, associado ao pecado tem sido a receita do caos das sociedades modernas.
O objetivo desse breve estudo é fazer uma análise bíblica do papel do homem no lar, e mostrar caminhos para que o homem exerça esse papel da melhor forma possível conforme preceituado nas Escrituras Sagradas.

I-                    O marido deve: amar!
A Bíblia nos ensina claramente que o marido deve amar sua esposa como Cristo Amou a Igreja, servindo-a ao ponto de morrer por ela. Esse amor vai muito além da nossa visão rasa e romântica dos dias modernos, estamos tão imersos nesse mundo que dificilmente conseguimos ver o amor apenas como um sentimento e nada mais. Esse sentimento que o mundo chama de amor geralmente é o sentimento de prazer por ter alguém em nossas vidas para nossa satisfação e nada mais. Já ouviu essa frase? “eu te amo, porque ninguém me faz feliz como você me faz” este não é o modelo de amor bíblico.
O amor bíblico que deve permear nossas relações é , em primeiro lugar, um imperativo e não uma mera sugestão. Efésios 5:25-30 25  Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,26  para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,27  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.28  Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.29  Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;30  porque somos membros do seu corpo.
Veja que aqui há uma disposição de sacrifício da vida pela esposa esse é o padrão esperado! Todas as forças devem ser empregadas em glorificar a Deus pelo modo como se relaciona com ela. Essa ordem é tão séria que até no Antigo testamento o homem era dispensado da guerra por um ano para dar total suporte e atenção à sua esposa! Dt 24:5. Sempre que a Bíblia nos dá uma ordem é porque nossa tendência natural é a desobediência, nessa ordem de amar as esposas os maridos precisam entender que ele não deve buscar apenas seus próprios interesses isso porque nossa natureza tende ao egoísmo.

II-                  O marido deve: viver para servir.
Logicamente a ideia implícita em quem se entrega totalmente é disponibilidade para servir. Jesus afirma que não veio para ser servido, porém para servir. Mt 10:28. Os maridos são líderes do lar, mas não cumprem seu papel dando apenas ordens, mas sim apontando o caminho e servindo. A maioria dos maridos não entende esse padrão e de esposa muitas mulheres passam a ser escravas, a bíblia afirma claramente que o papel de servir é do homem! Maridos acomodados são uma das raízes para o fracasso no lar. Mas quem quiser ser o maior que sirva Mt 20:26.

III-                O marido deve: santificar a esposa.
A santificação aqui mencionada é no sentido de separar para Deus ou levar a esposa a aproximar-se de Deus. Os maridos devem ajudar suas esposas a se aproximar de Deus e crescer espiritualmente. Vejamos em que o marido pode santificar sua esposa:
a-       Ele mesmo deve ser um modelo de santificação.
b-      Ele deve orar com ela e por ela todos os dias. Jó intercedia por sua família até pelos pecados ocultos. Os maridos devem interceder pela integridade física, espiritual e emocional das suas esposas.
c-       O marido santifica sua esposa sendo um canal de bênçãos na Palavra. Jo 17:17. Deve alimentar-se pessoalmente e também alimentá-la, ele é sempre o sacerdote do seu lar.
Conclusão.
O papel do marido não deve decorrer de modelos da cultura atual devemos como maridos seguir o modelo bíblico, AMAR, SERVIR, SANTIFICAR, assim cumpriremos nosso papel de acordo com o que Cristo espera de nós homens.


Família e o Reino de Deus


Aula 02
Família e Reino.
Gn 15:1-11
Quais são os fatores de enfraquecimento da família nos dias atuais?
Frouxidão moral – fraco, que não tem força, indeciso, vacilante. Bons costumes, preceitos estabelecidos desde tempos antigos, etc.
Valorização mais das coisas do que das pessoas, relacionamentos líquidos. Em suas obras, Bauman cunha o termo “modernidade líquida” para tratar da fluidez das relações em nosso mundo contemporâneo.  Interesses individuais cada vez mais se sobrepõe ao coletivo. Isso leva dentre outras coisas a agendas pós modernas, aborto, homossexualismo, pornografias, etc.
I-                    Família e os símbolos do Reino
Deus é um Deus de famílias. A salvação é individual mas ele sempre nos mostrou que deseja tratar com a família como um todo. Gn 17:1-8 js 24:15. Ele deseja que todos os seus membros estejam debaixo do guarda-chuva da mesma aliança.
Tudo que era dos Pais pela fé era consagrado inclusive os filhos por isso eram circuncidados ao oitavo dia de vida. Na nova aliança cessou esse costume. Colossenses 2:11  Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, Colossenses 2:17  porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Páscoa no antigo testamento também era servida e comida em família no novo testamento temos a ceia do SENHOR que deve ter discernimento para participar.
II-                  Família e as leis do Reino.
Como toda aliança, o pacto com Deus tem suas condicionais. Quem estabeleceu as condições foi o próprio Deus.
Aliança com Adão – pacto de obediência, Pacto com a lei mosaica estabelecia o cumprimento de toda a LEI Dt 28:1.  Ninguém foi capaz de cumprir todas as condições da aliança Rm 3:8-10.
Diante disso Deus instituiu um sistema de sacrifícios para algumas finalidades básicas:
1-      Para que o homem seja aceito perante o SENHOR Lv 1:3. Para que se observasse que o sacrífico sangrento era a encenação do que o pecado traria como recompensa pela afronta ao ser Divino. Para que trouxesse pesar e arrependimento.
2-      Apontava que o próprio Deus iria providenciar um substituto para que morresse em nosso lugar Romanos 5:8  Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
3-      O que se exige hoje Hebreus 12:14  Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, Romanos 8:13  Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.
A paz do crente consiste em se esforçar para obedecer a Deus sem ter medo de ser condenado por não fazê-lo de modo perfeito. Tudo isso deve nos motivar a sermos filhos melhores, maridos amorosos, esposas dedicadas etc, Mateus 5:16  Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

III-                A família e a entrada no Reino
Por fim, a entrada da família no Reino de Deus se dará obviamente pela Graça. Gl 2:16  sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Rm 3:20. Muitas pessoas tem dificuldade de assimilar a graça : a) orgulho Rm 3:26-28 jactância-alta opinião sobre si, superioridade moral, intelectual, social, etc. b) lei da retribuição. Achamos que quando fazemos algo de ruim devemos ser punidos mas quando fazemos algo de bom devemos ser igualmente recompensados e homenageados.
Conclusão – que possamos entender e fortalecer a família da aliança olhando com graça e misericórdia uns para com os outros, tomando consciência de nosso papel como luz, buscando a santificação para o futuro encontro com o SENHOR.


Casamento, o que é isso?


Aula 01
Casamento o que é isso?
Gn 2:18-25
O que é casamento? Qual sua origem? Quais suas implicações? Qual sua força? Diante de um tema tao maltratado nos nosso dias gostaríamos de aborda-lo diante de uma perspectiva bíblica.

I-                    UMA ALIANÇA ESPIRITUAL

a-       Ideia divina. Deus estava preocupado com a solidão masculina e afirma que não era bom que o homem estivesse sozinho. E criou uma auxiliadora idônea(perfeitamente adequada) Gn 2:18.
b-      Orientação divina. Na bíblia se encontra como deve ser o real projeto de casamento. Casamento para ser saudável deve ter Cristo como coluna central. Além disso o amor e o respeito são ingredientes necessários para que se desenvolva a união do casal. Ainda deve-se notar que a nova família deve deixar a influência da antiga e se unir a sua mulher formando uma nova família. Ef 5:25;28 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 28  Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Efésios 5:33  Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. Gênesis 2:24  Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Mateus 19:5  e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? Mateus 19:6  De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

II-                  UMA ALIANÇA SOCIAL

a-       O casamento é a célula mater da sociedade e de acordo com artigo 226 da constituição federal tem especial proteção do Estado.

III-                 UMA ALIANÇA SEXUAL

a-       Uma aliança entre macho e fêmea deve ser heterossexual de acordo com padrões divinos, sexo entre iguais é visto como abominação.
Romanos 1:27  semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.
Levítico 18:22  Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação.Levítico 20:13  Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.

O QUE É UM QUIASMA? INTERPRETAÇÃO BÍBLICA



Por Joelson Gomes
Do Seminário Teo. Evan. Congregacional em João Pessoa/PB

  

Bruce Waltke disse certa vez que para entender a Bíblia deve se entender primeiro como ela funciona, e isso é uma grande verdade. Quando não se entende como a Bíblia funciona fica-se num nível de conhecimento superficial, pois existem vários níveis de conhecimento. E um fator muito importante para entender as Escrituras é conhecer o que é um quiasmo, pois a Bíblia está cheia deles.
 Quiasmo ou Quiasma (em grego: χιάζω, chiátsō, "formar como a letra Χ") é uma figura de linguagem ou uma figura de música em que elementos são dispostos de forma cruzada. O nome se deriva da letra grega X (Chi), e é em latim chiasmus, como ainda hoje no inglês, alemão e outras línguas, e sofreu uma alteração no português por causa da pronúncia do italiano, que pronuncia o ch como k. É uma figura de estilo que envolve a repetição, na ordem inversa e ao redor de um ponto central, de alguns elementos de uma sentença. Para entender o que o autor quer passar com a passagem deve-se entender onde está o centro do quiasmo. Observe estes exemplos do Antigo Testamento:
      1-    Isaias 6.10:

                        A- "Torna insensível o coração deste povo,

                           B- endurece-lhe os ouvidos

                                   C- e fecha-lhe os olhos,

                                   C1- para que não venha ele a ver com os olhos,

                        B1- a ouvir com os ouvidos

                     A1- e a entender com o coração, e se converta e seja salvo."


  
Veja que o centro da mensagem está na letra C, o que vem antes ou depois apontam para esta realidade: ”e fecha-lhes os olhos”. E note como A combina com A1, B com B1, e C com C1.




        2-    Amós 5.4b-6:



            A. Buscai-me e vivei;

                 B. Porém não busqueis a Betel

                    C. nem venhais a Gilgal

                      D. nem passeis a Berseba;

                   C. porque Gilgal certamente será levada cativa,

                B. e Betel será desfeita em nada.

           A. Buscai ao Senhor e vivei.



Veja agora um exemplo mais simples no Novo Testamento em Marcos 2.27:


              a.O sábado foi estabelecido

                  b.por causa do Homem

                  b1.e não o homem

            a1.por causa do sábado


  

As vezes o quiasmo é formado por capítulos inteiros ou blocos de capítulos. Observe este quiasmo em alguns capítulos do Êxodo:

             a.24,15b-18: a nuvem sobre o Sinai

                    b.25,1-31,11: normas para construir o santuário

                     c.31,12-17: normas relativas ao sábado

                        d.31,18-34,35: ruptura e renovação da aliança

                    c.35,1-3: normas relativas ao sábado

                  b.35,4-40-33: construção do santuário

             a.40,34-38: a nuvem sobre a Morada


Assim, pode-se achar quiasmos em toda a Bíblia, o leitor interprete deve estar atento aos mesmos para entender o funcionamento de cada passagem, e os professores de exegese dos seminários devem estar atentos a isso para mostrar aos seus alunos.

Mulheres podem ser Pastoras?


O Feminismo Cristão: Como Tudo Começou
Augustus Nicodemus Lopes   

Estudar a história do surgimento do movimento feminista é de grande ajuda para nós. Geralmente uma perspectiva global e ampla do assunto em pauta nos ajuda a entender melhor determinados aspectos do mesmo. No caso do movimento feminista, a sua história nos revelará que a ordenação de mulheres ao ministério, em alguns setores do movimento, é apenas um item de uma agenda muito mais ampla defendido por um setor bastante ativista do feminismo nas igrejas cristãs.

Origens do Movimento Feminista Fora da Igreja

Examinemos primeiramente o movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.

Século 18: A Vindicação dos Direitos da Mulher

A “Primeira Onda” do feminismo teve início na primeira metade dos anos de 1700 quando uma inglesa, Mary Wollstonecraft (foto), escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A Vindicação dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicação, Olimpe de Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos). Outras pensadoras feministas surgiram em pouco tempo tais como Frances Wright, Sarah Grimke, Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor e pouco a pouco foram deitando profunda influência na sociedade moderna contemporânea do mundo ocidental.

Século 19: A Declaração dos Sentimentos

Em 1848 cerca de 100 mulheres se reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos da mulher. As autoras da Declaração dos Sentimentos reclamavam que as mulheres estavam impedidas de galgar posições na sociedade quanto a empregos melhores, além de não receber pagamento eqüitativo pelo trabalho que realizavam. Notaram que as mulheres estavam excluídas de profissões tais como teologia, medicina e advocacia e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam também um duplo padrão de moralidade que condenava as mulheres a penas públicas, enquanto excluía os homens dos mesmos castigos em relação a crimes de natureza sexual.

A Declaração dos Sentimentos foi um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas reivindicações eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes barreiras que foram impostas às mulheres que se expunham na defesa de suas idéias e ideais. As leis do divórcio foram liberalizadas e drásticas mudanças ocorreram com o status legal da mulher dentro do contexto do casamento. Por volta dos anos 30, como resultado de sua educação qualificada e profissional, as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho como força competitiva. Muitas das barreiras legais, políticas, econômicas e educacionais que restringiam a mulher foram removidas e esta começa a pisar o mundo do homem com paixão e zelo.

Século 20: Simone deBeauvoir e Betty Friedan

A primeira fase da construção do feminismo moderno começou com a obra da filósofa francesa Simone deBeauvoir (foto), Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), em 1949. As mulheres, segundo deBeauvoir, foram definidas e diferenciadas tomando como referencial o homem e não com referência a elas mesmas. Ela acreditava que o sexo masculino compreendia a medida primeira pela qual o mundo inteiro era medido, incluindo as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrão. O mundo pertencia aos homens. As mulheres eram o “outro” não essencial. Simone deBeauvoir observa esta iniqüidade do status sexual em todas as áreas da sociedade incluindo a econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. Às mulheres de seus dias não foi permitido ou não foram encorajadas a fazer ou se tornar qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas num papel de “Küche, Kirche, und Kinder” (cozinha, igreja e filhos, em alemão). De acordo com deBeauvoir a mulher estava destinada a existir somente para a conveniência e prazer dos homens.

No início dos anos 60 uma jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana. De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a buscar satisfação apenas como esposas e mães. Ela afirmou que esta mística do ideal feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças, levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos bebês e da casa. Assim como deBeauvoir, ela afirma que a única maneira para a mulher encontrar-se a si mesma e conhecer-se a si mesma como uma pessoa seria através da obra criativa executada por si mesma. Friedan batizou o dilema das mulheres de “um problema sem nome”. Friedan concordou com deBeauvoir que a libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais profundas na sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas próprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.

O Problema sem Nome: Patriarcado

No final dos anos 60 a autora feminista Kate Millett (foto) usou o termo “patriarcado” para descrever o “problema sem nome” que afligia as mulheres. O termo tem sua origem em duas palavras gregas: pater, significando “pai” e arche, significando “governo”. A palavra patriarcado era entendida como o “governo do pai”, e era usada para descrever o domínio social do macho e a inferioridade e a subserviência da fêmea. As feministas viram o patriarcado como a causa última do descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que deBeauvoir e Friedan não puderam nomear mas conseguiram identificar. De acordo com as feministas, o patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres e que era responsável pela infelicidade delas. As feministas concluíram que a destruição do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A libertação das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se tornassem íntegras.

Surgimento do Movimento Feminista Dentro da Igreja


Podemos considerar o livro de Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o Status da Mulher na Igreja, 1952) como o marco inicial do moderno movimento feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as atividades e ministérios nos quais as mulheres cristãs estavam comumente envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessem extremamente envolvidas na vida da Igreja, a participação delas estava limitada a papéis auxiliares tais como Escola Dominical e Missões. As mulheres não participavam em lideranças tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino, pregação, administração e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar preparadas e terem dons para este exercício. Bliss chamou a atenção da Igreja para a reavaliação dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da ordenação de mulheres.

Ativistas Cristãos compram a Briga

A obra de Bliss serviu de munição para ativistas cristãos na luta pelos direitos civis e políticos em 1961. Eles, juntamente com as feministas na sociedade secular, começaram a vocalizar o seu descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres recebiam por causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristãs. Neste mesmo ano, vários periódicos evangélicos publicaram artigos sobre a “síndrome das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que as mulheres estavam restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se tornar ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas atividades ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento. As mulheres, afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num nível mais significativo do que costura ou a direção de bazares ou arrumar a mesa da Santa Ceia ou serviços gerais tais como o levantamento de recursos para os necessitados, os quais freqüentemente são designados a elas. Tanto quanto com trabalho físico, elas desejam contribuir com idéias para a Igreja.

O Concílio Mundial de Igrejas

A atenção sobre os papéis do homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o movimento secular das mulheres foi ganhando força. Ainda em 1961 o Concílio Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto à Ordenação de Mulheres, chamando as igrejas afiliadas para um “re-exame de suas tradições e leis canônicas”. Várias denominações começaram a aceitar que o cristianismo havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura de suas origens. Muitos católicos, metodistas, batistas, episcopais, presbiterianos, congregacionais e luteranos concordaram: a mulher na Igreja precisa libertação. Com esta conclusão em mente, de que a mulher precisava de libertação dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ação que tinha como alvo abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto para os homens.

Nos anos 60 as feministas cristãs se colocaram num curso paralelo àquele estabelecido pelas feministas na sociedade secular. Elas, junto com suas contra partes, buscaram anular a diferenciação de papéis de homem/mulher. O tema dominante foi a necessidade da mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que às mulheres se deveria permitir fazer tudo o que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo status reconhecido que é oferecido ao homem. Isto, segundo elas criam, constituía a verdadeira igualdade.

Os Primeiros Argumentos em Prol da Ordenação de Mulheres

As feministas cristãs buscaram a inclusão das mulheres na liderança da Igreja sem uma clara análise da estrutura e funcionamento da mesma segundo os padrões bíblicos. Meramente julgaram-na como sexista e começaram a incrementar o curso de ação em resposta a este julgamento. As feministas cristãs, de mãos dadas com suas contra partes seculares, começaram a demandar “direitos iguais”. Na reivindicação destes direitos, àquela altura do movimento feminista cristão, ainda partiam do pressuposto que a Bíblia era a Palavra de Deus. Vejamos seus argumentos.

Os Pais da Igreja Foram Influenciados pelo Patriarcado

Segundo as feministas cristãs, Clemente de Alexandria, Origines, Ambrósio, e Crisóstomo, Tomás de Aquino, Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teólogos e líderes da Igreja Cristã, influenciados pelo patriarcado, reafirmaram a inferioridade da mulher através da história da Igreja e, assim, proibiram a ordenação de mulheres e cometeram erros quanto aos papéis conjugais. As mulheres foram excluídas das posições de autoridade porque os pais da Igreja as viam, em sua própria natureza, como inferiores e menos capazes intelectualmente do que os homens.

A Bíblia ensina a Igualdade dos Sexos

Em segundo lugar, as feministas cristãs passaram a afirmar que a Bíblia dava suporte à plena igualdade das mulheres e que os homens haviam negligenciado estes conceitos bíblicos. As primeiras feministas cristãs afirmam que o registro da criação da mulher no Gênesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira equivocada para se ensinar que “Deus impôs a inferioridade e a sujeição” da mulher. Os teólogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de ignorarem as passagens bíblicas que dão suporte à igualdade feminina, torcendo-as para o seu próprio interesse. A doutrina da liderança da Igreja que excluía as mulheres do ministério foi, portanto, apresentada como um subproduto de um estudo amputado das Escrituras.

Não há Diferença entre Homem e Mulher

A tese maior proposta pelas feministas cristãs no início dos anos 60 era idêntica às teses do feminismo secular: não há diferença entre homem e mulher. As feministas argumentaram que concernente às emoções, psique e intelecto, não há demonstração válida de diferenças entre mulheres e homens. Qualquer aparente diferença resulta única e exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biológicos. Portanto, tendo em vista a igualdade dos sexos, as feministas cristãs reclamam que a mulher deve ser posta em posições de plena liderança dentro de casa e na Igreja em igualdade com os homens.

O primeiro passo do movimento feminista dentro da Igreja foi a ordenação das mulheres para os ofícios eclesiásticos e este foi somente o primeiro passo. A ordenação das mulheres requer o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visão sobre Deus, sobre a Bíblia, o culto e o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se com o ponto de vista feminino. Foi o próximo passo dado.

Desenvolvimentos Posteriores da Teologia Feminista

Uma teologia inteiramente nova deveria ser buscada, portanto, baseada na experiência e na interpretação da mulher. Um novo desenvolvimento teológico era necessário para dar suporte à ordenação feminina. Esta nova teologia se moveu em várias direções. Veremos que ordenação feminina é apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical.

Reinterpretação da Sexualidade Feminina

Rejeitando a definição de feminilidade e dos papéis femininos que lhes foram impostos pelos homens e pela mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas radicais demandaram uma nova definição destes itens que partisse de outro referencial. A conclusão a que chegaram foi que a própria mulher é o melhor referencial para sua autodefinição. E na caminhada desta nova descoberta, ela deve se descobrir em relação com outras mulheres e não com o homem. É preciso registrar que não foram todas as feministas que concordaram com este novo passo.

Na década de 70, movimentos radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua missão e propósito com o movimento feminista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no movimento feminista cristão mais radical como elemento chave na reinterpretação da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuição para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela líder feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, após escrever o livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. O fato ganhou divulgação mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro das igrejas grupos de lésbicas “cristãs” pressionando para a ordenação de mulheres, de lésbicas, a celebração do casamento gay e aceitação de homossexuais e lésbicas ativos como membros comungantes.

Reinterpretação Feminista da Bíblia

A teologia feminista veio a ser profundamente afetada pela hermenêutica pós-moderna, a qual ensina que a escrita e a leitura de qualquer texto são irremediavelmente determinadas pelas perspectivas sociais e experiências de vida dos seus autores e leitores. A esta altura, já se havia abandonado o conceito da inspiração e infalibilidade da Bíblia.

Empregando-se este princípio na leitura da Bíblia, as feministas cristãs concluíram que a mesma é um livro machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela época. A Bíblia é o livro de experiências religiosas das mulheres e dos homens, judeus e cristãos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e instruídos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os autores freqüentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a história de todo o povo a partir de sua expectativa masculina. Desenvolveram a visão patriarcal da religião a ponto de transformar Deus — um puro espírito sem gênero — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como profetas, sacerdotes e reis porque os homens são melhores ou mais fortes moralmente do que as mulheres!

As feministas radicais propuseram, assim, uma reinterpretação radical da Bíblia partindo da ótica delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras feitas na ótica patriarcal e a impugnar qualquer interpretação distorcida pelo machismo. De acordo com elas, a interpretação tradicional da Bíblia sempre foi masculina pois o masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura ideológica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas.

Elas passaram ainda a defender a publicação de versões bíblicas onde o elemento masculino fosse tirado da linguagem. Estas versões, chamadas de “linguagem inclusiva” não deveriam mais se referir  a Deus como Pai e deveriam chamar Jesus de “a criança de Deus” em vez de Filho de Deus. Já existem dezenas de versões bíblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais radicais declararam que a Bíblia não é confiável e que as histórias das mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cânon da Bíblia.

Reinterpretação do Cristianismo

Como resultado desta nova leitura da Bíblia, orientada contra todo elemento masculino e contra o patriarcalismo, as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo tradicional. A ordenação de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto. Na concepção delas, a verdadeira religião deve conter elementos que reflitam o poder e a cooperação das mulheres, cuja principal característica é gerar a vida. Assim, mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os antigos cultos pagãos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estações do ano, a fertilidade da terra, as colheitas e a geração da vida. Os cultos seguem temas litúrgicos relacionados com as estações do ano. Este novo Cristianismo feminino entende que a mulher é mais apta que o homem para estabelecer e conduzir a religião, pois enquanto o homem, guerreiro, mata e tira a vida, a mulher gera a vida. Aquela que conduz a vida dentro de si é mais adequada para definir a religião e conduzir seus cultos.

Reinterpretação de Deus

O passo mais ousado dado pelo movimento feminista cristão radical foi a "reinvenção de Deus". Mais de 800 feministas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes chegaram a conclusões tremendas: o verdadeiro deus de Israel era uma deusa chamada Sofia, que os autores masculinos transformaram no deus masculino Javé, homem de guerra. Jesus Cristo não era Deus, mas era a encarnação desta deusa Sofia, que é a personificação da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino (na foto, capa de livro publicado sobre o assunto). No Congresso celebraram uma “Ceia” onde o pão e o vinho foram substituídos por leite e mel, e conclamaram as igrejas tradicionais a pedir perdão por terem se referido a Deus sempre no masculino. Amaldiçoaram os que são contra o aborto e abençoaram os que defendem os gays e as lésbicas.

Conclusão

A leitura das origens e desenvolvimentos do movimento feminista, tanto o secular quanto o cristão, deixa claro que a ordenação de mulheres ao ministério é apenas um item da agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja cristã.

É claro que nem todos os que defendem a ordenação de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do movimento feminista cristão. É preciso deixar isto muito claro. Conheço pessoalmente diversos irmãos preciosos que são a favor da ordenação de mulheres ao pastorado mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O que estou descrevendo aqui principalmente é a postura dos radicais dentro do feminismo evangélico.

Entretanto, não se pode deixar de notar a semelhança notável entre muitos dos argumentos usados para defender a ordenação feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas igrejas, das versões feministas da Bíblia e mesmo da reinvenção de Deus e do Cristianismo.

[Este artigo é reprodução da primeira parte de um Caderno sobre Ordenação Feminina que publiquei algum tempo atrás, que por sua vez utilizou a pesquisa histórica da tese de mestrado do Rev. Ludgero Morais sobre o tema.]

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