Igrejas Particulares e Independentes




A Reforma Protestante trouxe para o mundo valores inestimáveis, positivos no que diz respeito, entre outros setores, a religião.

A doutrina do sacerdócio universal de todos os crentes abriu caminho para a oração espontânea (diferente das rezas), para o estudo da Bíblia e a investigação por parte de cada crente que passou a ter a Bíblia traduzida para a língua de sua própria nação.

A interpretação que antes era dada unicamente pela Igreja Católica, agora, partia de outras fontes e estudiosos da Bíblia; os reformadores jamais defenderam uma interpretação irresponsável da Bíblia que levasse à proliferação de tantas denominações como temos nos dias atuais; há alguns anos estimava-se no Brasil algo em torno de 600 (seiscentas) denominações; hoje, a cada ano surgem dezenas de novas denominações.

Os nomes destas novas denominações são esquisitos e até cômicos, ao mesmo tempo em que entristece e enfraquece a pregação do evangelho; passaremos a citar alguns destes nomes e os estados nos quais tais igrejas estão localizadas:  Igreja Pentecostal Florzinha de Jesus (PR), Ig. Pent. Alarido de Deus (GO), Ig. Pent. Esconderijo do Altíssimo (GO), Ig. de Deus que se Reúne nas Casas (MG), Ig. Evang. Pent. Creio Eu na Bíblia (MG), Ig. Pent. Jesus Nasceu em Belém (Belém – PA), Ig. Pent. do Fogo Azul (RJ), Ig. Pent. O Poder de Deus é Fogo (RJ), Ig. a Serpente de Moisés, a que Engoliu as Outras (RJ), Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (RJ), Congregação de Profetas Jesus Nosso Rei dos Judeus (SP), Ig. Atual dos Últimos Dias (SP) ; estes e outros nomes estão na reportagem da Revista VINDE (Dez./98).

Cumpre-nos analisar alguns aspectos importantes desses movimentos que geram tais igrejas, aspectos estes gerais e nem sempre presentes na sua totalidade e simultaneamente em todos os grupos :

1) O surgimento destas igrejas se dá num contexto de uma busca de uma vida espiritual mais intensa em contraste com uma vida espiritual fria e sem compromisso de muitos irmãos e igrejas que fizeram da igreja um clube de reuniões sociais, levando a pessoa a achar que a solução está em sair e começar a “sua” igreja ao “seu” modo, causando escândalo e divisão no Corpo de Cristo. Precisamos buscar uma vida mais consagrada (Rm.12:1,2; I Ts.1:2-9;5:23; Fp.1:6) sem que isto contribua para divisão no corpo de Cristo: a Igreja (Rm.16:17-20; Fp.4:2;2:1-4);

2) As igrejas independentes e particulares surgem também em decorrência de posições pessoais assumidas por líderes que nem sempre são humildes para reconhecerem seus erros e se arrependerem evitando prejuízos maiores para a Igreja de Jesus (At.16:36-41 – Paulo e Barnabé se separaram por causa de Marcos que antes os havia abandonado; depois Paulo reconheceu a utilidade de Marcos – Fm.23,24; II Tm. 4:11); surgem ainda num contexto de ganância e de interesses, seja de poder, prestígio ou dinheiro   (II Co.10:7-12; 11:1-15; Fp.1:12-18; II Co.2:14-17);

3) Precisamos considerar que há problemas não só quanto ao início de tais igrejas, como também quanto ao seu desenvolvimento, podendo ser destacadas como práticas erradas: a livre interpretação da Bíblia sem o devido estudo e atribuindo tudo à suposta “direção e inspiração do Espírito Santo” mesmo quando altamente contraditórias quanto ao que a Bíblia ensina (II Pe.3:14-18); a ação cada vez mais constante, porém errada, de tentar tirar crentes de outras igrejas, em vez de levar o evangelho aos descrentes livrando-os do mundo e do pecado (II Pe.2:1-3; Tt.1:10-16; Ef.4:14-16);

4) Não podemos deixar de considerar o fato de que o Espírito Santo age na igreja no sentido de purificá-la e cada vez mais reaproximá-la e fazê-la viver a verdade e a vontade de Deus reveladas na Sua Palavra: a Bíblia, e que tais igrejas, ainda que de forma errada, vez por outra se constituem em pedras que clamam (Lc.19:40), note que o contexto das palavras de Jesus sobre “as próprias pedras clamarão” foi de fariseus (líderes e estudiosos judaicos) que queriam o silêncio dos discípulos de Jesus (v.39); Jesus chega a chorar ao ver Jerusalém (v.41) e a promover uma reforma no Templo (vv.45-48). Deus pode permitir “pedras clamarem” e até mesmo uma jumenta falar (Nm.22:27-33) a fim de que nós nos voltemos para ele confessando o nosso pecado, com muita humildade e nunca com orgulho com respeito aos nossos valores e práticas (Is.1:10-20), entendendo e crendo que é possível SEMPRE SER UMA IGREJA MELHOR, até que esta igreja que é comparada na Bíblia à noiva (Jo.3:27-30; Ap.22:17; Ef.5:25-27) seja entregue ao noivo: o Senhor da igreja, o Senhor Jesus Cristo.


Queremos fazer algumas recomendações práticas e bíblicas:

1) cuidado para que você não esteja quebrando a unidade do Corpo de Cristo na igreja local através de movimentos contrários ao que se é ensinado;

2) cuide da sua vida espiritual orando, estudando a Palavra e consagrando sua vida ao serviço do Senhor na igreja;

3) ao se deparar com alguma doutrina que para você seja nova, antes de passar para outros na igreja, procure seus professores da Escola Dominical e principalmente o pastor da igreja a fim de que juntos possamos estudar a questão e termos um posicionamento bíblico evitando doutrinas erradas.



Revdo. Petrônio Tavares

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