Pregando o Evangelho





A apresentação do evangelho é assunto sempre importante, pelas consequências eternas que dependem da nossa atitude para com o evangelho. Para mim não há necessidade de argumentar que é especialmente importante nos dias atuais por duas razões: a apostasia geral, o fracasso da parte das igrejas em não apresentarem o evangelho de Jesus do modo como deveria ser apresentado; e a consequente impiedade e o consumado materialismo que crescentemente, caracterizam a vida do povo. Também é um assunto de urgente importância, em face da natureza dos tempos pelos quais estamos passando. A vida é sempre incerta, mas é excepcionalmente incerta hoje. (…)

Que privilégio maravilhoso o Senhor Deus Todo-poderoso confiar a homens como nós esta obra de propagar e pregar o evangelho! Ao mesmo tempo é uma responsabilidade tremenda. (…)

Este assunto é tão amplo e importante que, obviamente, é impossível tratar dele adequadamente numa só preleção. Tudo o que posso fazer é selecionar o que considero como alguns dos mais importantes princípios relacionados com ele; procurarei ser tão prático quanto poder. (…)

Agora se me fosse pedido falar sobre este assunto em certos círculos, meu primeiro trabalho seria tentar definir a natureza do evangelho, e eu iria adiante e perguntaria: o que é o evangelho? Em muitos círculos as pessoas se extraviaram; caíram em heresias; pregam um evangelho que, para nós, não é evangelho nenhum. Pode ser que alguns de vocês perguntem: “Será necessário gastar tanto tempo no estudo da apresentação do evangelho? Não seria uma coisa que podemos considerar ponto pacífico? Se o homem crê no evangelho, ele está incumbido de apresentá-lo do jeito certo. Se um homem é ortodoxo e crê nas coisas certas, a sua aplicação do que ele crê é algo que cuidará de si mesmo”. Isso, para mim é um erro muito grave; e quem quer que seja tentado a falar assim, não somente ignora a sua própria fraqueza, porém, ainda mais, ignora o adversário das nossa almas, que está sempre tentando frustrar a obra de Deus.

(…) Tomo como prova dois exemplos: Há, por exemplo, homens que parecem evangélicos em sua crença e doutrina; são perfeitamente ortodoxos em sua fé e, todavia, a obra que realizam é completamente infrutífera. Jamais conseguem quaisquer resultados; nunca ficam sabendo de algum convertido resultante do seu trabalho e do seu ministério. Eles são tão firmes quanto você, entretanto o ministério deles não leva a nada. Por outro lado – e esta é a minha Segunda prova – há aqueles que parecem conseguir resultados fenomenais do seu trabalho e dos seus esforços. Empreendem uma campanha, ou pregam um sermão e, como resultado, há numerosas decisões por Cristo, ou o que eles chamam de “conversões”. Contudo, muitos desses resultados não duram; não são permanentes; são apenas de natureza temporária ou passageira. Qual a explicação desses dois casos? (…) Há uma lacuna entre o que o homem crê e o que ele apresenta em seu ensino ou pregação. O perigo quanto ao primeiro tipo é o de apenas falar ACERCA do evangelho, exulta nele; porém, em vez de pregar o evangelho, ele o elogia, diz coisas maravilhosas sobre ele. O tempo todo fica simplesmente falando sobre o evangelho, em vez de apresentar o evangelho. O resultado é que, embora o homem seja altamente ortodoxo e firme, o seu ministério não mostra resultado nenhum.

O perigo quanto ao segundo homem é o de interessar-se tanto e preocupar-se tanto pela aplicação do evangelho e pela obtenção de resultados, que deixa abrir-se uma brecha entre o que ele está apresentando (aquilo que ele crê) e a concreta obtenção dos resultados propriamente dito. Como eu disse, não basta você crer na verdade; você deve ter o cuidado de aplicar da maneira certa o que você crê.

Métodos de Estudo

Há dois meios principais pelos quais podemos estudar este assunto da apresentação do evangelho. O primeiro é estudar a Bíblia mesma, com especial referência a Atos dos apóstolos e às Epístolas do Novo Testamento. Isso deve ser posto em primeiro lugar, se queremos saber como se faz este trabalho. Devemos retornar ao nosso livro-texto, a Bíblia. Devemos retornar ao modelo primitivo, à norma, ao padrão. Em Atos, e nas Epístolas é-nos dito, uma vez por todas, o que é a Igreja Cristã e como é, e como se deve realizar a sua obra. Devemos sempre certificar-nos de que os nosso métodos estão em harmonia com o ensino do Novo Testamento.

O segundo método é suplementar; é fazer um estudo da história da Igreja Cristã subsequente aos tempos do Novo Testamento. Podemos concentrar-nos especialmente na história dos avivamentos e dos grandes despertamentos espirituais; e também podemos ler biografias dos homens que no passado foram grandemente honrados por Deus em sua apresentação do evangelho. Mas devemos notar aqui um princípio da maior importância. Quando digo que é bom fazer um retrospecto e ler a história do passado e as biografias de grandes homens que Deus usou no passado, espero que esteja claro em nossas mentes que precisamos retornar para além dos últimos 100 anos. Vejo muitos bons evangélicos que parecem ser de opinião que não houve nenhum real labor evangelístico até por volta de 1870. Há os que parecem pensar que não se conheceu obra evangelística antes do surgimento de Moody. Conquanto demos graças a Deus pela gloriosa obra realizada nos últimos 100 anos, eu os conclamo a fazerem um estudo completo da história pretérita da Igreja. Vão até o século dezoito. Vão até o tempo dos puritanos, e para mais atrás ainda, à Reforma Protestante. Retrocedam mais ainda, e estudem a história daqueles grupos de evangélicos que viveram no continente europeu na época em que o catolicismo romano detinha o poder supremo. Vão direto aos Pais Primitivos que defendiam idéias evangélicas. É uma história que pode ser rastreada ininterruptamente até a própria Igreja Primitiva. Esse estudo é de importância vital, para que não venhamos a supor, em função de uma falsa visão da história, que a obra evangelística só pode ser feita de uma certa maneira e com a aplicação e o uso de certos métodos.

Eu gostaria de recomendar a vocês um bem completo estudo daquele teólogo americano, Jonathan Edwards. Foi uma grande revelação para mim, descobrir que um homem que pregava como ele podia ser honrado por Deus como o foi, e Ter tão grandes resultados para o seu ministério como teve. Ele era um grande erudito e filósofo, que redigia cada palavra dos seus sermões. Tinha vista fraca, e costumava ficar no púlpito com o seu manuscrito numa das mãos e uma vela na outra e, conforme lia o seu sermão, homens não somente foram convertidos, mas alguns deles literalmente caíam no chão sob a convicção de pecado sob o poder do Espírito. Quando pensamos na obra evangelística em termos de evangelização popular dos 100 anos recém-passados, acho que poderíamos ser tentados a dizer que um homem que pregasse daquela maneira não teria a menor possibilidade de obter conversões . todavia, ele foi um homem usado por Deus no Grande Despertamento ocorrido no século 18. Assim, eu os concito a se entregarem completamente ao estudo da história da Igreja e das coisas grandiosas que Deus fez em várias eras e períodos. Aí estão, pois, as duas linhas mestras que seguiremos na abordagem deste assunto – o estudo da Bíblia e um estudo da Igreja Cristã.

Os Princípios Fundamentais

O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central. Esse ;é o objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O primeiro objetivo da pregação do evangelho não é salvar almas; É GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma outra coisa, por melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar.

O único poder que realmente pode realizar esta obra é o Espírito Santo. Quaisquer que sejam os dons naturais que um homem possua , o que quer que um homem seja capaz de fazer como resultado das suas propensões naturais, o trabalho de apresentar o evangelho e de levar àquele supremo objetivo de glorificar a Deus na salvação dos homem, é um trabalho que só pode ser feito pelo Espírito Santo. Vocês vêem isso no próprio Novo Testamento. Sem o Espírito, é-nos dito, não podemos fazer nada. (Desde os tempos bíblicos até a história da igreja nos mostra que somente através da obra do Espírito Santo é que o evangelho foi pregado com poder e autoridade).

O único e exclusivo meio pela qual o Espírito Santo opera é a Palavra de Deus
. Isso é algo que se pode provar facilmente. Vejam o sermão que foi pregado por Pedro no dia de Pentecoste. O que ele fez realmente foi expor as Escrituras. Ele não se levantou para relatar as suas experiências pessoais. Ele deu a conhecer as Escrituras; esse foi sempre o seu método. E esse é também o método característico de Paulo, como se vê em Atos 17:2: “disputou com eles sobre as Escrituras”. No trato com o carcereiro de Filipos, vocês vêem que ele pregou-lhe Jesus Cristo e a Palavra do Senhor. Vocês recordarão as suas palavras na Primeira Epístola a Timóteo, onde ele diz que a vontade de Deus ;e que todos os homem sejam salvos e sejam levados ao conhecimento da verdade (1 Tm.2:4). O meio usado pelo Espírito Santo é a verdade.

A verdadeira motivação para a evangelização deve provir da apreensão destes princípios. E, portanto, de um zelo pela honra e glória de Deus e de um amor pelas almas dos homens.

Há um constante perigo de erro e de =heresia, mesmo entre os mais sinceros, e também o perigo de um falso zelo e do emprego de métodos antibíblicos. Não há nada sobre o que somos exortados mais vezes no Novo Testamento do que sobre a necessidade de constante auto-exame e de retorno às Escrituras.

Aí, penso eu, vocês têm cinco princípios fundamentais claramente ensinados na Palavra de Deus e confirmados profusamente na subsequente história da Igreja Cristã.

A Aplicação dos Princípios

Isto me leva à Segunda divisão principal do nosso assunto, que é a aplicação desses princípios à obra concreta da apresentação do evangelho. Este é um assunto que se divide naturalmente em duas partes principais. Há primeiro a obra de evangelização, e depois a obra de edificação e instrução na justiça.

A Evangelização e os Seus Perigos

O primeiro é o de exaltar a decisão como tal, e este é um perigo especialmente quando vocês estão trabalhando com jovens (…). Mostra-se às vezes no uso da música. (…) Fiam-se na música e no cântico de coros para produzirem o efeito desejado e de ocasionarem decisão. (…) Há os que tem o Dom de contar histórias de maneira comovente e eficaz. Outros parecem por a sua confiança no encanto pessoal do orador.(…)

O segundo perigo é que as pessoas podem chegar a uma decisão resultante de um falso motivo. Às vezes as pessoas se decidem por Cristo simplesmente porque estão desejosas de ter a experiência que outros tiveram (…) Ou pode ser o desejo de Ter este maravilhoso tipo de vida do qual lhe falaram. O evangelho de Jesus Cristo dá-nos uma vida da maravilhosa, e louvamos a Deus por isso, mas a verdadeira razão para nos tornarmos cristãos não é que tenhamos uma vida maravilhosa; é, antes, que estejamos em correta relação com Deus. Às vezes Cristo é apresentado como herói. (…) poderá ser que (…) se unam a nossa classe bíblica ou à nossa Igreja simplesmente porque a mensagem atraiu o seu instinto heróico. (…)

E, a seguir, o último perigo que desejo acentuar sob o presente título, é a terrível falácia de apresentar o evangelho em termos de “Cristo precisa de você”, e de dar a impressão de que, se o rapaz não se decide por Cristo, é um mal sujeito. (…)

Devemos apresentar a verdade; esta terá que ser uma exposição positiva do ensino da Palavra de Deus. Primeiro e acima de tudo, devemos mostrar aos homens a condição em que se acham por natureza, à vista de Deus. Devemos levá-los a ver que, independentemente do que façamos e do que tenhamos feito, todos nós nascemos com “filhos da ira”; nascemos num estado de condenação, culpados aos olhos de Deus; fomos concebidos em pecado e fomos formados em iniquidade. Isso vem em primeiro lugar.

Feito isso, devemos prosseguir e demonstrar a enormidade do pecado. Não significa apenas que devemos mostrar a iniquidade de certos pecados. Não há nada que seja tão vital como a distinção entre pecado e pecados. (…) Depois devemos conclamar os nossos ouvintes a confessarem e a reconhecerem os seus pecados diante de Deus e dos homens. E então devemos ir adiante e apresentar a gloriosa e estupenda oferta de salvação gratuita , que se acha unicamente em Jesus Cristo, e Este crucificado. A única decisão, que é do mais diminuto valor, é a que se baseia na compreensão dessa verdade. Podemos fazer os homens se decidirem como resultado dos nossos cânticos, como resultado do encanto da nossa personalidade, mas o nosso dever não conseguir seguidores pessoais. O nosso dever não é simplesmente aumentar o tamanho das nossas classes de estudo da Bíblia ou das organizações e igrejas. O nosso dever é reconciliar almas com Deus. Repito que não há nenhum valor numa decisão que não esteja baseada na aceitação da verdade.

A Edificação

A minha Segunda subdivisão relacionada com a apresentação do evangelho é a obra de edificação. Este é um grande tema, e tudo o que eu posso fazer é simplesmente lançar certos princípios. Em nenhuma oura parte o perigo de um falso método é mais real do que esta particular questão de edificação, como o que me refiro ao ensino concernente à santificação e à santidade. Não se pode ler o Novo Testamento sem perceber logo Que a Igreja Primitiva reagia contra problemas, perigos e heresias incipientes que a assediavam. Havia os que diziam, por exemplo: “Continuemos no pecado para que a graça seja mais abundante”. Havia os que diziam que, contanto que você fosse cristão, não importava o que você tinha feito, que, contanto que você estivesse certo em suas crenças, o seu corpo não importava e você podia pecar o quanto quisesse. Isto é conhecido como antinomianismo. Havia os que se diziam sem pecados. Havia os que partiam em busca de “conhecimento”, que alegavam Ter alguma experiência esotérica especial que os outros , cristãos inferiores, ignoravam. (…)

Se posso fazer um sumário de todos esses perigos, é o perigo de isolar um texto ou uma idéia e construir um sistema em torno dele, em vez de comparar Escritura com Escritura. Isso é procurar atalho no mundo espiritual. As pessoas tentam chegar à santificação com um só movimento, e assim se privam do processo descrito no Novo Testamento. A maneira de evitar esse perigo é estudar o Novo Testamento, especialmente as Epístolas. Devemos ter o cuidado de não tomar um incidente dos Evangelhos e tecer uma teoria em torno dele(…) Devemos compreender que o nosso padrão nesta questão particular(santidade/santificação) acha-se nas Epístolas.(…)

Conclusão

Permitam-me resumir tudo o que eu venho tentando dizer, da maneira seguinte: se vocês quiserem ser competentes ministros do evangelho, se quiserem apresentar a verdade de modo certo e verdadeiro, terão que ser estudantes assíduos da Palavra de Deus, terão de lê-la sem cessar. Terão que ler todos os bons livros que os ajudem a entendê-la e os melhores comentários da Bíblia que puderem encontrar. Terão que ler o que denomino teologia bíblica, a explicação das grandes doutrinas do Novo Testamento, para que venham a entendê-las cada vez mais claramente e, daí, sejam capazes de apresentá-las com clareza cada vez maior aos que venham ouvi-los. A obra do ministério não consiste meramente em oferecer a nossa experiência pessoal, ou em falar das nossa vidas ou das vidas de outros, mas sim, em apresentar a verdade de Deus de maneira tão simples e clara quanto possível. E o jeito de fazer isso é estudar a Palavra e toda e qualquer coisa que nos ajude nessa tarefa suprema.

Talvez vocês me perguntem: quem é suficiente para estas coisas? Temos outras coisas que fazer; somos homens ocupados. Como poderemos fazer o que você nos pede que façamos? Minha resposta é que nenhum de nós é suficiente para estas coisas, todavia Deus pode capacitar-nos para fazê-las, se de fato estamos desejosos de servi-lO. Não me impressionam muito esses grandes argumentos de que vocês são homens ocupados, de que vocês têm que fazer muitas coisas no mundo e, por isso, não têm tempo de ler estes livros sobre a Bíblia e de estudar teologia, e por esta boa razão: alguns dos melhores teólogos que conheci, alguns dos mais santos, alguns dos homens mais culto, tiveram que trabalhar mais duro que qualquer de vocês e, ao mesmo tempo, foram-lhes negadas as vantagens que vocês gozam. “Querer é poder”. Se eu e vocês estivermos preocupados com as almas perdidas, jamais deveremos alegar que não temos tempo para preparar-nos para este grande ministério; temos que fabricar tempo. Temos que aparelhar-nos para a tarefa, consciente da séria e Terrível responsabilidade da obra. Temos que estudar, trabalhar, suar e orar para podermos conhecer a verdade cada vez mais e cada vez mais perfeitamente. Temos que pôr em prática em nossas vidas as palavras que se acham em 1 Tm.4:12-16. Conceda-nos Deus a graça e o poder para fazê-lo, para a honra e a glória do Seu santo nome.

Halakhá Yavé (Parte 01)





Joseph Shulam


A palavra “Halakhá” vem da palavra hebraica para “caminhar”. É um termo técnico usado para as regras que governam a vida religiosa judaica. O termo “halakhá” é um antigo termo que já é refletido no Novo Testamento especialmente nas cartas de Paulo. Paulo usa a palavra “caminhar” de alguma forma em quase todas as suas cartas. A palavra “caminhar” introduz instruções práticas como o caminho para o qual os messiânicos deveriam caminhar e conduzir suas vidas. A seguir veremos alguns exemplos disso:

Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor.” Lucas 1.6

e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei.” Atos 21.21

Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes;” Romanos 13.13

Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado. É assim que ordeno em todas as igrejas.” I Cor 7.17

Existem muitos mais exemplos do uso desse termo “caminhar” no contexto de “halakhá”, mas eu me satisfarei com esses citados acima. Para os mais diligentes, eles podem checar suas concordâncias ou observar as passagens listadas nos rodapés.

Nessas passagens parece haver uma clara indicação que na igreja do primeiro século havia halakhá messiânica sendo feita, e que era chamada exatamente ou até de forma semelhante a “caminhar”. Nós encontramos regras criadas pelos apóstolos que não eram identificadas como “caminhada”. Até mesmo nessas está claro que uma “regra” ou uma “ordenança” está sendo legislada para as igrejas observarem. Os apóstolos entenderam das palavras de Yeshua em Mateus 16.19, que eles tinham o direito de “ligar” e “desligar” na Terra. As palavras de Yeshua são claras apenas no contexto judaico de “fazer halakhá”. A autoridade dada aqui por Yeshua aos apóstolos que qualquer decisão que eles tomem na Terra, seria aceita no céu e viria a ser “ligada” no Céu. Essa é exatamente a mesma autoridade que os rabinos tomaram para eles mesmos. Há um famoso estatuto no Talmud que, “Tudo o que os rabinos liguem, será ligado no Céu, e tudo o que o Santo, Bendito seja Ele ligar pelos rabinos, eles têm autoridade para desligar”. Embora nesse caso pareça que os rabinos exageraram em sua autoridade, o princípio é o mesmo. Yeshua parece ter dado aos apóstolos o direito de fazer “halakhá” pela sua autoridade.

Esse princípio era o princípio guia que conduziu ao estabelecimento do “Direito Canônico” que é apenas outro nome para “halakhá”. E, claro que, isso conduziu ao estabelecimento da Igreja Católica em Roma.

Um dos maiores princípio do desenvolvimento de halakhá no judaísmo e que faltou seriamente quando os “cristãos” fizeram halakhá, é a estrita aderência ao texto da Torah de acordo com as regras exegéticas de interpretação. As discussões entre os rabinos em cada ponto e, de fato, em cada letra, manteve o desenvolvimento de halakhá uma tarefa muito séria e trabalhosa e longe das atitudes de uma “ex-cátedra” ditatorial que prevaleceu na igreja.

Isso me traz à discussão do Movimento Judaico-Messiânico hoje e a necessidade de uma halakhá judaico-messiânica.

1. Neste tempo em nossa história, como um movimento, nós não temos herança e nem equipamento para fazer halakhá. Fazer halakhá é algo que nós teremos que desenvolver com muito cuidado.

2. Nós ainda estamos divididos de acordo com as tradicionais linhas denominacionais cristãs. Fazer halakhá poderia servir para nos dividir ainda mais se fizéssemos isso rápido demais.

3.Nós temos muito pouca integridade de acordo com os olhos da comunidade judaica e de acordo com os olhos de nossos irmãos cristãos.

4.Nós não temos homens que tenham grande respeito em ambas as comunidades (judaica e cristã) que poderiam trazer uma larga aceitação de decisões halákhicas que poderiam ser tomadas.

5.Nós temos muito pouco conhecimento da Torah e Judaísmo, e nossa integridade como um movimento judaico é questionada por judeus e cristãos. Tomar para nós mesmos uma tarefa como fazer halakhá poderia parecer para muitos como mais um golpe para a nossa integridade e teologia.

6.Nós ainda recebemos dinheiro de igrejas gentílicas e que nos faz suspeitos de sermos “subornados” em nossas opiniões.

7.Nós temos necessidades que são muito urgentes, e a situação é como um dente infectado. A pessoa não faz halakhá na urgência de uma infecção. Nós temos que fazer halakhá quando formos desvinculados de políticas internas e jogos de poder o máximo que pudermos.

8.Nós não queremos causar mais divisão criando “regras de conduta” que somente uma minoria vai observar e manter. Os outros farão o que os convém e dá prazer.

9.A maioria dos membros do Movimento Judaico Messiânico não zelam pelo judaísmo e muito menos pela halakhá já escrita claramente nas escrituras porque eles se preocupam sobre o que alguns líderes decidiram “ligar” para eles.

10.Não queremos fazer nossas próprias regras e regulamentos que vão nos afastar do povo de Israel. Não há nada que nos fará tornar uma seita mais rápido do que criar nossas próprias regras e regulamentos em conflito ou em oposição à tradição judaica. Nós não podemos “ligá-los” às pessoas, judeus e gentios no meio messiânico, coisas que nos separararão ainda mais da comunidade judaica. É fato que a maioria no meio messiânico nos Estados Unidos [e Brasil] são não-judeus, que tipo de halakhá nós faremos sobre essas pessoas ?

Eu vos Aliviarei!




Deus promete ao Seu povo um descanso glorioso e incompreensível, que inclui paz e segurança da alma. O Senhor ofereceu este maravilhoso descanso aos filhos de Israel. Significava uma vida cheia de alegria e vitória - uma vida sem medo, culpa ou condenação. Mas até o tempo de Cristo, nenhuma geração de crentes chegou a andar de maneira plena nesta bendita promessa. Como a Bíblia deixa muito claro, eles nunca a obtiveram devido à incredulidade.
"...não puderam entrar por causa da incredulidade" (Hebreus 3:19).
Por causa da incredulidade o povo de Deus viveu uma vida cheia de infelicidade, dúvidas, medos e sobressaltos. Deixaram de aproveitar o prometido descanso durante o período dos reis e profetas. Deus também o ofereceu à geração de Davi, mas ela também não entrou nele. Em todas as gerações ele foi recusado - nunca se apoderaram dele, jamais foi compreendido. É por isso que, quando lemos Hebreus 4, vemos que ainda não houve apropriação desta gloriosa vida de fé:
"Portanto, resta um repouso para o povo de Deus" (4:9). No entanto esta passagem também acrescenta: "...resta que alguns entrem nele..." (v. 6).

A Minha Oração é que Hoje Você Entre no
Descanso que Deus Tem Para Você !


A Bíblia traz uma admoestação aos crentes de hoje:
"Temamos, pois que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás" (Hebreus 4:1). Poucos crentes entraram neste descanso prometido. Pelo contrário, muitos são agitados por ventos de ondas de doutrinas. Milhares e milhares se declaram estar cheios do Espírito de Deus - no entanto, muitos estão inquietos, cheios de culpa, sem segurança em Cristo.
Enquanto estes cristãos estão cercados por amigos de fé e tudo está ótimo, eles conseguem falar com segurança sobre o andar em vitória. Mas quando o inimigo sopra ventos cruéis sobre eles, são levados, arrastados, derrubados - e não têm força para resistir. Muitos são vencidos pela tentação. Acabam caindo - e mais tarde são esmagados pela culpa e pela vergonha, e ficam perguntando se são até mesmo salvos. Eles se desintegram completamente - exterminados pela adversidade! Em algumas igrejas, a vitória é medida por manifestações da carne. Um casal deixou nossa igreja alguns anos atrás porque, como disseram, "as pessoas aqui não sabem como gritar." Disseram que em sua igreja anterior, a congregação "gritava" durante os cultos, às vezes por três ou quatro horas. As pessoas dançavam, e berravam enquanto os pulmões agüentassem.
O problema, é que este casal estava preso à pornografia. Muitas vezes após o culto da manhã de domingo, eles passavam a tarde em um teatro pornô barato. Aí voltavam para o culto da noite para tentar soltar "no berro" a culpa, e acalmar a consciência. Sua posição em Cristo estava totalmente baseada nas emoções e em uma noção estranha de obras. Permanece o fato de que muito poucos crentes têm algum conceito do que significa descansar na salvação. Não possuem a paz e a segurança firmes como rocha, que todos os cristãos têm à disposição em Jesus Cristo, e que os podem conduzir no meio de qualquer tempestade. Pelo contrário, ficam debilitados devido ao medo, à agonia, à condenação, e vão de um extremo para o outro. Num minuto estão transbordando de alegria, seguros da salvação, testemunhando com ousadia. No minuto seguinte, estão abatidos - se desencorajando até diante da menor falha.
Estes cristãos vivem de acordo com as emoções do tipo "me sinto bom". Julgam sua segurança em Cristo segundo o quão "bons" eles conseguem ser; o quanto são fiéis na obediência da palavra de Deus, ou quanto de vitória conseguem em eliminar um pecado que os assedia. Isto é em parte o porquê de tantos cristãos se desviarem. Sua fé é arraigada e baseada em emoções, e não na eterna palavra de Deus. Não possuem o alicerce sólido da verdade para fortalecer, por dentro, a sua fé. Nunca gastaram tempo para compreender o significado da cruz de Jesus Cristo e da vitória dela!
Eu lhe pergunto: alguma vez você já se desviou? Alguma vez se esfriou em relação a Deus, deixou de ir à igreja, e fez as coisas do seu jeito? Quero lhe dizer o porquê isto ocorreu: você se desviou porque não entendeu inteiramente como levar sua alma ao descanso! Você nunca entendeu o que significa ser aceito em Jesus Cristo - depender da justiça dEle e não da sua. Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração: e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11: 28-30).
Cristo está nos dizendo simplesmente: "Não tente empreender caminhada comigo, enquanto sua alma não estiver em descanso!" Caso você não possua este descanso - esta confiança maravilhosa no que a palavra de Deus diz que Jesus fez por você - o fardo dEle não será suave ou leve. Pelo contrário, você vai gastar o seu tempo se esforçando na carne para agradar a Deus. Você irá do quente para o frio - vivendo com culpa e vergonha desnecessárias!

Acredito que a Chave Esteja Nestas Palavras :
"Aprendei de Mim !"


Jesus está falando aqui da disciplina de se aprender quem Ele é, e o que realizou na cruz. Está dizendo: "É preciso que tenham conhecimento do que realizei por vocês. Então, uma vez estando a alma em descanso, vocês podem pegar o meu fardo. Então, aprendam de Mim!"
Contudo não desejamos este tipo de disciplina. Queremos o jeito fácil! Somos como crianças que querem ficar no recreio, em vez de voltar para a classe. Gastamos anos na disciplina de aprendermos a nos tornar médicos, enfermeiros, ministros, professores. Sabemos que qualquer carreira ou chamado exige muito estudo e esforço. Mas quando se trata de realmente servir a Jesus, preferimos ser cabeças de vento! Nós O seguimos como tolos espirituais. Talvez você esteja declarando: "Estou lendo a Bíblia agora, e todo dia oro um pouco. Estou batalhando na vida e no lar. Me esforço ao máximo para melhorar!"
Prezado santo, vou ser objetivo: isto não é o suficiente! Nenhuma destas coisas vai lhe sustentar diante da tempestade que se aproxima. Não é suficiente fazer o máximo, fazer promessas a Deus, lutar e se arrebentar para melhorar. Não é suficiente dizer: "Estou sendo mais aplicado do que antes." Não - o que importa é buscar a revelação do que Jesus fez por você na cruz! Algo deveria gritar dentro de todos nós: "Ó Jesus, Tua palavra diz que posso viver em descanso, paz e segurança totais. Não preciso me debater na carne, ou viver num estado de altos e baixos, jogado pela culpa ou pelo medo. Tu colocastes diante de mim a promessa de uma vida em descanso."
"Mas não tenho este descanso! Minha vida é exatamente o oposto - agitação constante, falta de paz estável, insegurança sempre. Ó Senhor, quero o Teu descanso! Quero isto com o máximo do meu ser. Ensina-me, através do Teu Espírito, como entrar no Teu descanso!" Conheço só um jeito de entrar neste descanso. Há uma verdade que, se for compreendida e apropriada, o levará à paz e à segurança mais gloriosas que são possíveis deste lado dos céus. É a verdade fundamental, sobre a qual todas as outras são construídas.
Esta verdade é a doutrina da justificação pela fé! É a verdade que dá um fim a todos os ataques de insegurança. E é aquela doutrina que você precisa entender, se espera entrar no descanso que Jesus oferece. Precisamos saber o que significa ser justificado pela fé na obra de Jesus! Só vou tocar nas partes mais importantes desta doutrina maravilhosa e impressionante. Mesmo assim, creio que Deus deseja levar Sua igreja mais a fundo nesta verdade divina - visando a força fundamental para nos sustentar nos dias que virão.
Infelizmente, porém, quando se menciona o assunto "doutrina" para muitos cristãos, eles torcem o nariz. Dizem: "Não quero ouvir toda aquela coisa profunda e pesada. Só quero Jesus!" Mas o que na verdade querem dizer é: "Não quero gastar tempo ou me disciplinar para aprender o que Jesus fez na cruz." Muitos cristãos ficam só envolvidos emocionalmente com a cruz, e nunca a estudam de verdade. Ouvi muitos pastores fazer apelos emocionais sobre Jesus e a cruz - sobre o fato de Ele ter sido esbofeteado, da coroa de espinhos sobre Sua cabeça, das estacas fincadas nas mãos. Mas creio que a pregação da cruz é muito mais do que isto: é sobre a vitória da cruz! É sobre o que Jesus fez lá pela humanidade toda.
Para os que quiserem "aprender dEle", que desejarem compreender a maravilhosa obra de Jesus no calvário - vou explicar do modo mais simples possível este conceito de justificação pela fé.

O Que Significa Estar Justificado Diante de Deus ?

Duas coisas estão envolvidas em nossa justificação pela cruz de Jesus Cristo: * Primeiro: temos perdão para todos os nossos pecados. Quando Jesus foi para a cruz, o Seu sangue perdoou toda a nossa culpa e a nossa iniquidade.
* Segundo: somos aceitos por Deus como justos em Cristo, através da fé. Significa que Deus nos aceita, não devido à nossas obras ou bom procedimento, mas pelos méritos daquilo que Jesus (e apenas Ele) fez na cruz. "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rom. 8:33).
Porém, quando pecamos, somos acusados por duas forças poderosas. A primeira é Satanás, que a Bíblia chama de acusador: "...que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus" (Apocalipse 12:10). Neste exato instante, enquanto você lê esta mensagem, o diabo está diante do Pai celestial acusando-o de toda falha que você acabou de cometer, de qualquer pecado que se repita. Ele traz uma lista de todos as suas falhas, sejam por palavras ou atos, e exige de Deus: "Se Tu és santo, então faça alguma coisa quanto a isto. Se alguma justiça há em Ti, julgue esta pessoa por causa do seu pecado. Tu tens de lhe condenar ao mesmo inferno com o qual me amaldiçoastes devido ao meu orgulho!"
Na maior parte do tempo o diabo tem um argumento bom. Ele tem o direito de lhe acusar, porque você é culpado -- você realmente pecou, você desobedeceu. E isso nos leva à segunda força poderosa que o acusa: sua própria consciência. "...Testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (Romanos 2:15).
Você fica diante de Deus com sua cabeça baixa, porque sabe que foi pego no erro. Sua consciência lhe avisa: "Sou culpado diante de Deus." E Deus não nega a nossa culpa, pois Ele não pode mentir. Ele nunca nos vê como inocentes - pois somos claramente culpados diante dEle, presos nas malhas do pecado. Em verdade, a nossa justificação nada tem a ver com a nossa inocência. Quando Deus nos perdoa por causa da cruz, o somos na posição de culpados, infratores da lei. Ele nunca nos inocenta de incriminação; antes, Ele nos perdoa - perdoando os nossos pecados unicamente pela Sua graça e misericórdia.
* "Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro" (Isaías 43:25).
* "...lançaste para trás de ti todos os meus pecados" (38:17).
* "...lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7:19). Deus nos perdoa devido ao sangue de Jesus Cristo. E este perdão é totalmente não merecido. Merecemos o inferno, a condenação, a maldição - mas Jesus tomou sobre Si todos os nossos pecados na cruz, e nos perdoou de maneira completa.
Visualize-se diante do trono de Deus agora mesmo. Lá está você sem nenhuma justificativa, nenhum álibi. Satanás está presente como seu adversário legal, lendo uma lista de acusações - com as datas, os lugares, os acontecimentos, todos os detalhes vergonhosos. Ele o acusa de orgulho, de falta de oração, de cobiças, de infidelidade. E seu coração dói - pois você tem de admitir: "Sim, sou eu. Fiz tudo isto!" A situação parece não ter apelação. Você sabe que os olhos de Deus são muito santos para contemplar o pecado, e que a Sua justiça exige que você pague pelos crimes contra Sua santidade. Você não tem saída.
Mas de repente, chega o seu Advogado, o seu Patrono. Ele lhe extende Suas mãos marcadas pelos cravos - e você sabe que alguma coisa vai acontecer! Ele sorri, e sussurra: "Não tenha medo -- nenhuma destas acusações prevalecerá. Você vai sair deste tribunal livre e totalmente perdoado. Quando Eu terminar, o seu acusador não terá acusação alguma contra você!" Melhor ainda: o seu Advogado diz que o adotou! Ele está defendendo o seu caso como seu Irmão. Aí Ele lhe diz que é o Filho do Juiz - e então agora você também pertence à família do Juiz.
Mas ainda há a questão da justiça. O que dizer das acusações contra você? Você fica totalmente maravilhado ouvindo o Advogado defender o seu caso: "Juiz, Tu sabes que Eu cumpri a lei, vivendo uma vida sem pecado. E então peguei o lugar desta pessoa, recebendo toda a punição pelos seus crimes. Destas mãos marcadas pelos pregos, e pelo meu lado que foi perfurado, jorrou sangue para apagar todas suas transgressões. Todas estas acusações que ouvistes foram colocadas sobre as minhas costas. E Eu paguei a pena por cada uma delas."
"Satanás, tu não tens uma base para acusar o Meu filho. Cada um dos seus pecados foram colocados sobre Mim, e Eu os perdoei inteiramente. Ele não é culpado - pois sua fé na vitória do Meu sacrifício lhe concede perdão integral e completo. Ação encerrada!" Enquanto o diabo sai correndo da tribuna de Deus, você pode ouvir o bendito Senhor gritando:
"Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Romanos 8:33).

A Primeira Parte da Justificação é o
Perdão dos Nossos Pecados pela Graça - E a Segunda Parte é
O Sermos Aceitos Pelo Amado !


Paulo dá uma lista dos ímpios que não herdarão o reino de Deus: "...nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus" (I Coríntios 6: 9-10).
Mas aí o apóstolo acrescenta: "Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espirito do nosso Deus" (verso 11).
Como estas pessoas, salvas de pecados tão terríveis, se tornaram justas diante de Deus? Que lhes aconteceu, que deixaram de ser corruptas, e foram aceitas por Deus? Em primeiro lugar, Deus não é respeitador de pessoas - não respeita reis, rainhas, presidentes, ou primeiro ministros. Ele não se impressiona em absoluto pela honra humana.
Segundo: Deus não é seduzido pelo nosso bom coração. Orações longas, jejum, dízimo, estudo bíblico, atos de caridade - nada disso nos torna justos ou aceitáveis por Deus. Até mesmo a parte "boa" de nossa carne: bom caráter, boa linguagem, bons pensamentos e obras - constitui mal cheiro às Suas narinas se colocada em favor de nossa própria justiça. Contudo, parece que poucos de nós crêem nisso. Por exemplo: quando fomos a Cristo pela primeira vez, confiamos que nossos pecados foram perdoados. Cremos que fomos aceitos, que podíamos nos esvaziar de toda a culpa e medo. Podíamos dizer: "Sou salvo unicamente pela fé no que Jesus fez por mim na cruz!"
Mas então, ao continuarmos andando com Jesus, novos atos de desobediência nos sobrevieram. Fomos esmagados pelos pecados, e rapidamente perdemos a visão da cruz. Tentamos desenvolver nossa justiça - tentamos ganhar de novo o favor de Deus - nos esforçando ainda mais na próxima vez. Mas a nossa vida aí se transformou num apavorante carrossel de pecar e confessar, pecar e confessar. Até hoje guardamos a idéia de que toda vez que pecamos ou erramos com Deus, precisamos apaziguá-lo. Derramamos um mar de lágrimas e prometemos: "Não faço de novo, Senhor." E cantamos o velho hino evangélico que eu desgosto tanto: "Perdoa-me Senhor, e prova-me de novo."
Agimos como se, nos esforçando ainda mais na carne, possamos nos salvar! Achamos que, se conseguirmos reformar a nossa carne, Deus ficará satisfeito. Então, estamos constantemente trabalhando em nosso velho homem, para capacitá-lo a um andar cristão vitorioso. Mas isso nunca vai acontecer! Entenda, quando Jesus foi à cruz, Ele crucificou o nosso "velho homem". E esse velho homem da carne foi apagado aos olhos de Deus. No lugar, ficou só um Homem - só Um com o Qual Deus irá tratar - e Este é o Seu Filho. Quando Jesus terminou Sua obra na terra e foi colocado à destra do Pai, Deus disse: "De agora em diante reconheço só um Homem, só uma justiça. E todo aquele que vier a Mim, precisa vir através dEle, o Meu Filho. Todo aquele que desejar ser justo, precisa aceitar a justiça dEle, e a de nenhum outro!"
Somos aceitos aos olhos de Deus somente pela fé em Cristo e em Sua obra: "...ele nos concedeu gratuitamente no Amado" (Efésios 1:6).
Você percebe o quanto é importante permanecer em Jesus - ir a Ele rapidamente sempre que fracassar? Precisamos aprender a correr para Ele gritando: "Jesus, falhei contigo! Não consigo sair dessa. Não importa o que eu faça, jamais consigo ser reconhecido diante do Pai - a menos que vá por Ti. Minha única alegação de defesa é o sangue!" Alguns cristãos poderão responder: "Mas paguei um alto preço pela vitória que consegui. Passei muita dor e sofrimento. Jejuei, orei, foi a maior luta. E fiz morrer aquele pecado que me assediava. Sucessivamente fui sufocando todas as minhas cobiças e todos meus desejos pecaminosos."
"Mas agora você me pede para jogar fora tudo isso e chamá-lo de estrume? A minha luta para obedecer não tem valor para Deus? Ele considera a minha justiça e todo o meu esforço como trapos de imundície?" Sim! É tudo carne mal cheirosa - e nada disso se sustenta diante dEle. Não importa o que você conquistou. Sua justiça jamais funcionará como meio de aceitação. Há uma única justiça - e esta é a justiça de Jesus Cristo! A retidão e a vitória alcançadas unicamente pelo esforço humano é apenas temporária. O fracasso segue-se rapidamente.
"Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Romanos 10:3). Paulo está dizendo: "Estas pessoas não abriram mão das suas obras. Ainda estão se esforçando na carne para agradar a Deus!"
A única maneira de ingressar na boa graça de Deus é admitir a verdade: "Não há nada de bom na minha carne, nada nas minhas boas ações, que seja digno de me salvar. Não consigo me tornar justo através de nada que eu faça em minha própria força. A minha justiça está unicamente em Cristo!" Paulo diz o seguinte sobre o dom da justiça: * "...os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo" (Romanos 5:17).
* "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).
* "Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (I Coríntios 1: 30-31). A única coisa de que podemos nos gloriar é Jesus - e de Sua grande obra por nós!
Jeremias anteviu a vitória da cruz de Cristo. Ele proclamou: "Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém habitará seguramente; ela será chamada Senhor, Justiça Nossa" (Jeremias 33:16).
O profeta aguardava ansiosamente os dias atuais - aguardava um corpo de crentes que viveria em grande segurança de fé. Estava dizendo: O Ramo de Deus logo virá. E através do sacrifício dEle, se levantará um povo que vive em segurança e paz, pois está apto a dizer: "O Senhor é a minha justiça." Amado, justificação pela fé é a coisa mais humilhante do mundo. É duro ver que Deus não aceita a nossa carne - que temos de deixar de lado o nosso empenho constante, e descansar na obediência de Jesus. Na verdade, precisamos aprender a depender inteiramente de Cristo para termos o poder para a obediência.
Quando Paulo revelou esta verdade pela primeira vez, chocou a igreja. Foi uma novidade incrível na época. Na verdade, alguns teólogos responderam: "Se eu estou perdoado - se Deus é tão misericordioso a ponto de me perdoar gratuitamente unicamente pela fé - então devo pecar ainda mais, para que Deus possa se agradar em me dar mais graça!" Mas Paulo perguntou: "Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?" (Rom. 6:1). Sua resposta: "De modo nenhum!" Aqueles homens não entendiam o evangelho. Por causa da cruz, Deus considerou todo o nosso velho homem, da carne, um assunto encerrado!
Creio que Paulo estava dizendo: "Por que um cristão, após ter sido liberto do homem morto, voltaria e ressuscitaria o cadáver? Por que voltar à uma vida de pecado quando Deus deseja dar segurança e paz - remover toda a culpa e condenação? Agora, por causa da cruz, você pode servir o Senhor com alegria e satisfação. E pode obedecê-Lo dentro de uma nova obrigação denominada amor." "Então", diz você, "nós devemos simplesmente aceitar pela fé a justiça de Jesus?" Sim, exatamente! É disso que trata o caminhar cristão. Trata-se de descansar pela fé naquilo que Jesus consumou, completou!
O nosso velho homem morreu, e o novo Homem é Jesus. E quando colocamos a nossa fé nEle, Deus nos aceita na plenitude. Ele nos considera justos, escondidos no seio do Seu Filho querido. Então, toda vez que você pecar ou falhar, vá correndo ao seu Advogado, ao seu Defensor. Confesse-Lhe suas falhas, e descanse na Sua justiça. Pode-se perguntar: "Mas as boas obras não têm lugar nesta doutrina?" Claro que sim - mas nesta condição: as boas obras não podem nos salvar, justificar ou nos tornar justos ou aceitáveis a Deus. A única coisa que nos salva é a nossa fé naquilo que Jesus fez!
E o que Ele fez? Ele nos salvou, nos perdoou e nos aceitou no Amado - nossas imperfeições, nossos pecados, falhas e tudo. Agora Deus o vê unicamente em Jesus Cristo - e é por isso que precisamos ir ao Salvador todas as vezes que cairmos. O sangue que nos perdoou e lavou na primeira vez que fomos até Jesus, é o mesmo sangue que vai continuar a nos guardar até a Sua volta. Ainda assim, junto com essa segurança, vem uma obrigação maior. Ou seja, temos de realizar todas as nossas obras não na nossa própria força ou poder, mas nos dEle:
"...se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis..." (Rom. 8:13). A única maneira de se guerrear contra a carne é através do Espirito Santo! Só Ele tem o poder de livrar:
"...Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento..." (I Coríntios 10:13). Se você se render ao Espírito, Ele lhe dirigirá em cada batalha. Ele lhe equipará com poder, sabedoria e autoridade - tudo que você precisa para enfrentar o pecado!
E uma vez tendo entendido o que Jesus realizou na cruz, você odiará o pecado mais do que nunca. Você começará a Lhe obedecer, a orar para Ele, a ansiar por Ele em alegria - porque Ele o colocou em segurança sobre a Rocha da Sua graça. Aí você poderá dizer: "Quem pode me acusar agora? Cristo me justificou! Descanso nEle como justiça minha." Prezado santo, ore para que Deus torne esta doutrina preciosa, uma realidade em seu espírito: "Santo Espírito, venha e abra a minha mente e o meu coração. Quero compreender esta verdade fundamental, e não entrar em pânico toda vez que o inimigo trouxer alguma coisa contra minha alma. Ajude-me a não me debater por causa do medo, da culpa ou da condenação. Antes, me ajude a permanecer firme sob a cruz do meu Salvador - que me concede todo descanso!"
"...Se...todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (I João 2:1). Você tem Advogado - então corra para Ele. Deixe O defender sua causa. E entre no Seu descanso pela fé na maravilhosa obra que Ele realizou a favor de você. Amém!
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Um Pouco de Poesia Hebraica(Estruturas)




Desde Lowth (1753) que é comum observação do paralelismo de membros da poesia hebraica. Na Idade Média, porém, o rabino judeu Ibn Ezra já havia trabalhado a idéia do paralelismo dos membros do texto de Is 17.11. Os hebreus rimavam mais idéias do que palavras. Em geral os versos tem dois membros, mas pode haver caso de três versos também; e em geral estes versos são paralelos. O paralelismo não era exclusivo de Israel, também o encontramos no Egito e na Babilônia. Basicamente a classificação dos paralelismo se dá como segue:

 
a) paralelismo sinônimo - o segundo membro do verso repete a idéia do primeiro membro, com a única diferença, de que usa palavras diferentes;

 
Pelo contrário:
seu prazer está na lei de Javé,
e medita sua lei, dia e noite. (Sl 1.2)

 
As idéias de ter "prazer na lei de Yahweh" e também "meditar na sua lei" são sinônimos, diz a mesma coisa, com palavras diferentes. Outro exemplo de paralelismo sinônimo seria de:

 
Louvai ao Senhor todos os gentios,
Louvai-o todos os povos (Sl 117.1)

 
b) paralelismo antitético - o segundo membro diz exatamente o inverso do primeiro, justamente para reforçar a verdade do primeiro membro;

 
Porque Javé conhece o caminho dos justos,
enquanto o caminho dos injustos perece. (Sl 1.6)

 
No primeiro membro se destaca a atitude do justo, que é abençoado por Yahweh; já no segundo é o caminho do ímpios que termina com a ruína. Outro exemplo de paralelismo antitético seria:

 
O filho sábio alegra a seu pai,
Mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe (Pv 10.1)

 
c) paralelismo sintético - o segundo membro desenvolve completa a idéia do primeiro.

 
Ele é como árvore plantada junto d'água corrente:
dá fruto no tempo devido,
e suas folhas nunca murcham (Sl 1.3)

 
O primeiro membro fala da vida do justo como uma árvore plantada a beira do rio, nos membros seguintes a idéia é desenvolvida: dá fruto no tempo certo e suas folhas nunca perecem. Outro exemplo de paralelismo sintético seria:

 
Dar-te-ei graças para sempre,
Porque assim o fizeste;
Na presença dos teus fiéis,
Esperarei no teu nome, porque é bom. (Sl 52.9)

Recuperando a Centralidade da Pregação



Dr Sinclair Ferguson
O movimento puritano nos ensina a importância vital da recuperação do púlpito para a recuperação da igreja. Os puritanos tinham o objetivo de captar os centros universitários para o evangelho porque queriam captar todas as cátedras para o evangelho. Hoje, um sociólogo poderia dizer que eles estavam buscando os meios de comunicação, e que nós aprendemos dos puritanos que a verdadeira Igreja Cristã precisa dominar a mídia. Sem dúvidas isto poderia ser verdade, mas não era isto o que os puritanos buscavam. O que eles fizeram, até certo ponto, foi buscar elementos da comunicação do século XVII, porém queriam ocupar os púlpitos não porque esses eram instrumentos da mídia, e sim porque eram lugares onde a Palavra de Deus poderia ser pregada com poder. Era com isto que eles estavam preocupados.
Suponho que se possa entender um cristão no século XVI dizendo: “Bem, lógico, as pessoas iam à igreja; a pregação era muito importante naquela época.” Mais isto não é verdade. As pessoas normalmente faltavam à igreja. A pregação, quando existia, estava empobrecida. O que era necessário era uma pregação que quebrasse as expectativas comuns dos homens e mulheres com relação as pregadores, que nada diziam de essencial, a fim de que o evangelho pudesse penetrar tanto nas pequenas sociedades rurais da Inglaterra como nas grandes cidades como Londres, e trouxesse homens e mulheres, rapazes e moças, aos pés de Jesus Cristo, o Redentor, buscando salvação.
Uma frase usada com certa regularidade na primeira metade do séc XVII, quando as pessoas que tinham algum discernimento falam sobre o ministério, era “ O que nós realmente precisamos é de um ministro que fixe residência entre nós, e seja piedoso e instruído.” Com o que se queria significar não simplesmente um ministro instruído no conhecimento secular, mas alguém que fosse realmente perito no ensino do evangelho.
Na Escócia, minha terra natal, ouso dizer que o ministério Cristão é talvez a mais desprezada de todas as profissões. Até mesmo os professores são mais considerados que os ministros. Facilmente se ouve: “Ah, quem dera que voltasse o tempo!” Mas a triste verdade é que se nós ministros não somos peritos no ensino do evangelho, de certa forma é merecido todo o desprezo que nos sobrevêm, porque ensinar o evangelho é nosso chamado e nosso ofício. O ministério havia caído em desprezo no século XVII. Os púlpitos precisavam ser recuperados por homens que entendesse cada virgula do evangelho e fossem espiritualmente capazes de atingir de uma maneira clara e poderosa aqueles que os escutavam.
À medida que se lê os sermões dos puritanos é possível entender que essa era a sua característica principal; Eles falavam a verdade da Palavra de Deus no poder do Espírito Santo de acordo com a necessidade do ouvinte, de maneira a moldar o pensamento e a conduta daqueles que punha suas vidas sob o ministério da Palavra de Deus. Porém, eles não precisavam apenas ser instruído, era preciso que fossem piedosos, pela seguinte razão: Muitos deles entendiam que a Palavra de Deus, de uma forma real e duradoura, fizesse bem, ou operasse piedade, nos corações daqueles que pregavam.
John Owen falou certa vez sobre a experiência de que seus sermões partiam dele com mais poder do que aquele que chegavam até ele. Falando de forma genérica, aqueles que possuem algum discernimento podem testemunhar da diferença entre a mensagem que atinge o ouvinte, e a mensagem que é dada pelo orador simplesmente porque ele pensa que pode influenciar alguém com ela. Essa é uma razão porque algo incrível sobre os puritanos dizia respeito ao numero de vezes em que liam suas Bíblias. Essa é uma das razões porque, ao ler os puritanos, você sinta como se ele talvez sinta como se ele estivesse percorrida cada linha da Bíblia, e selecionadas cuidadosamente aquelas pérolas sobre os quais meditavam.
Eles conheciam a Bíblia de capa a capa. Por isso eram, como eles mesmos costumavam a dizer, farmacêuticos que conheciam os recursos presentes na Palavra de Deus para lidar com todas as doenças espirituais da humanidade. Eles preocupava-se em que estes ministros piedosamente instruídos fixasse residência. Isto nem sempre acontecia porque com freqüência no sistema episcopal os ministros eram itinerantes. Eles recebiam sua remuneração e partiam para outro lugar. Os ministros tinham muitos cooperadores, e podiam pôr qualquer outro em seu lugar sem importar se quem lhes sucederia era um homem espiritual ou não.
Os puritanos entendiam que um ministro do evangelho deveria permanecer entre aqueles que ministrava até que aprendesse aplicar a Palavra de Deus às necessidades especificas daquelas pessoas, e para tanto poderia trabalhar entre eles de casa em casa, como um evangelista. O grande exemplo disto entre os Puritanos, embora de maneira alguma fosse único, era Richard Baxter, que nos conta em sua grande obra, O Pastor Aprovado, que depois de algum tempo em Kidderminster, visitou um homem que estava ouvindo sua pregação durante anos e permanecia sem saber afirmar se Cristo era homem, ou Deus, ou ambas as coisas. Baxter mudou de rumo e foi contratar dois assistentes, e os três saíram em volta da congregação, nos campos e ao redor da paróquia, catequizando o povo, não com ameaças ou com uma palmatória, mas usando isto como um modo de explicar a graça do evangelho à pessoas que pouco entendia sobre dela, e atraindo de um modo pessoal. A cidade foi espiritualmente incendiada! Você vai concordar que, no fim das contas, isto não aconteceu porque eles estavam usando catecismo, conquanto fossem instrumentos maravilhosos, mas porque estavam preparados para, face a face, um nível pessoal, trazer o evangelho nas casas e sentir qual o progresso espiritual daquelas pessoas. Não era simplesmente uma visita superficial, mas o extravasamento de uma preocupação Cristã pelo seu bem-estar espiritual.
Este é um principio importante que freqüentemente distingue os ministérios puritanos das igrejas evangélicas de hoje. Se você perguntar às pessoas: “O que faz daquela igreja uma igreja Bíblica?” A Bíblia esta sendo pregada no púlpito. Os puritanos jamais se contentariam com esse tipo de resposta. Para eles, a Bíblia deveria ser pregada no púlpito e entre o povo, em suas casas e em seus corações. Era por isso que eles queriam recuperar a Palavra de Deus nos púlpitos de sua terra; não para que permanecessem ali somente, mas para dar à Palavra de Deus uma maneira de entrar nos corações e nas vidas das pessoas.
Hoje também a necessidade gritante de uma pregação da palavra de Deus de forma mais clara, minuciosa, essencial, simples e, contudo, profunda, perscrutando os corações e iluminando as mentes. Não precisamos de mais pregadores famosos. O que precisamos é de mais pregadores residentes, eruditos e piedosos.
Soli Deo Gloria!

Jesus Não Era Evangélico!

 
 
 
 
 
MANOEL SILVA FILHO


Fico a conjecturar, se houvesse um retrocesso na história e Jesus voltasse novamente, não entre nuvens do céu na parousia em poder e glória, mas, novamente como o singelo profeta da Galiléia, e visitasse as zilhões de igrejas espalhadas pelo planeta que se intitulam cristãs, se Ele seria simpatizante de algumas das denominações instituídas do nosso tempo. Com certeza os “conheço as tuas obras” e os “tenho, porém, contra ti” sobre esses agrupamentos ditos evangélicos, atingiriam dimensões colossais.

Ora, Jesus, uma vez entre nós outra vez, certamente usaria da mesma sabedoria que usou quando andava pela Terra, nas ruas da Palestina, não aderindo a nenhum dos postulados dessas denominações, das propostas das grandes corporações da fé e dos super conglomerados da religião, das igrejas-empresa que superestimam números, estatísticas e resultados de crescimento numérico, não se encaixando em nenhuma bitola teológica sistemática ou dogmática, não se deixando caber em nenhuma fôrma doutrinária.

Essa recusa de ser domesticado pelos chicotes dos domadores do circo da religião atual é a mesma reação com que Ele se negou intermitentemente em tomar partido por qualquer das facções religiosas, políticas e humanitárias de Sua época: Os fariseus, com sua sobrecarga de regras e manias de assepsia exagerada, se vendo como santos de pau oco; os saduceus, sacerdotes profissionais do templo, incrédulos mundanizados que não criam na vida sobrenatural e futura; os essênios, escapistas, fugindo do mundo e se refugiando em mosteiros no deserto, achando que eram os exclusivos filhos da luz, que todas as pessoas do mundo estavam nas trevas, e iam torrar no fogo do inferno; os pragmáticos zelotes, xiitas radicais que esperavam derrubar o Império Romano se utilizando da violência das armas; os herodianos, entreguistas, colaboracionistas, puxa-sacos da família de Herodes, rei fantoche marionetado pelo governo romano.

Com certeza Jesus, se voltasse ao nosso tempo e adentrasse pelas naves das igrejas evangélicas da atualidade, não se deixaria seduzir pela pompa de seus cultos, pelo aparato ofuscante da maioria de suas liturgias, com Cristo exposto no nome, nos hinos e nas pregações, mas sem Cristo na devoção do coração, e não se alumbraria com suas proposições arrogantes, suas insolências fundamentalistas, seus testemunhos mirabolantes, suas pseudo-curas dissimuladas, por seus eternos cabos de guerra doutrinários puxados pelos defensores ferrenhos do calvinismo e do arminianismo, suas ênfases maniqueístas dicotômicas e esquizofrênicas, sua doutrina triunfalista com promessas de céu na terra, seus argumentos furados de prosperidade a qualquer preço, cujo slongan ortoprático é: “Os fins não justificam os meios. Tudo por mim mesmo e pela causa da minha conta bancária”.

E mais, Jesus detectaria de cara, traços inconfundíveis dos partidos religiosos de seu tempo camuflados na igreja da atualidade como os novos fariseus, com suas igrejas repletas de líderes de mente reduzida e exclusivista, com suas reações preconceituosas contra quem é e pensa diferente; os novos saduceus hedonistas que querem sentir prazer sensual em seus cultos preparados para entreter e acariciar seus egos mimados; os novos zelotes, que condenam e violentamente matam sumariamente os que não pensam como eles; os novos herodianos que vivenciam um cristianismo camaleônico, mimético e diluído entre o amor obsessivo ao dinheiro e o compromisso com as causas reais do Reino de Deus.

Jesus se voltasse hoje, teria que chamar novamente novos seguidores retirados das ruas, homens simples, alijados pela igreja e pela sociedade, e agregaria gente sincera e inconformada de dentro das igrejas instituídas e fundaria uma nova igreja, à semelhança do que aconteceu a dois mil e poucos anos atrás.

Essa igreja, a nova comunidade que encarna Cristo, a nova sociedade alternativa composta de discípulos que desacreditam no cristianismo falido dos nossos tempos com toda a sua sobrecarga de patologia e esquizofrenia aguda, mas que, apesar dos pesares, ainda amam e insistem em seguir a Jesus


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Provérbios e a Lei


Provérbios e Torah

Estava refletindo esta semana sobre a lei de Deus, que normalmente é mal compreendida. Lembro-me de uma ocasião em que estava traduzindo um pastor britânico sobre o tema Graça. No meio de uma das palestras ele afirmou: "existem muitos livros escritos com o título Lei e Graça! Deveriam se chamar 'Lei é Graça'." Como era na minha própria igreja e eu havia escrito um livro com este título, todo mundo caiu na risada. Mas meu problema é fácil de resolver. Se houver uma segunda edição, é só colocar o acento agudo no 'e'.

O que tenho percebido nos escritos de muitos, no entanto, é a contínua oposição entre lei e graça, a busca de uma graça barata e desvinculada de sua irmã, criação de Deus, chamada lei. É interessante observar que a depreciação da lei acontece por dois grupos: aqueles que teologicamente a compreendem mal e aqueles que insistem em mal compreendê-la para justificar suas mazelas e pecados. Estes, geralmente, acusam aos que amam a lei de Deus de legalistas (Salmo 119.97 - Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!).

Diante disto fui fazer uma busca sobre a 'torah' no Antigo Testamento e me deparei com seu uso abundante no livro de Provérbios mostrando como a lei de Deus, compreendida de maneira correta, pode nos abençoar. Porém, antes de chegar a Provérbios é bom lembrar o que é a torah. Os cinco primeiros livros do AT (Pentateuco) são conhecidos na própria Escritura e no judaismo como Torah ou Lei de Moisés. Lendo o Pentateuco vamos descobrir que estes cinco livros são muito mais do que uma lista de leis. Grande parte do seu conteúdo é de histórias e revelações. Este conjunto, lido na sua inteireza, é a Torah, a instrução de Deus para seu povo. No sentido maior ainda, toda instrução é torah. Esta instrução é uma instrução amorosa e cheia de graça que prevê toda a sorte de bênçãos para aqueles que querem viver justa e piedosamente e, certamente, maldições para aqueles que a rejeitam, quer intelectualmente ou na prática. São muitas as expressões bíblicas para falar sobre lei, mas torah é a mais abrangente delas. Interessante observar que a torah só pode ser compreendida com graça e misericórdia e só pode ser aplicada corretamente por aqueles que pessoalmente conhecem o Senhor da torah e a guardam no seu coração (este é o conceito completo da torah no livro de Deuteronômio). Para que isto não vire um pequeno tratado teológico, vamos à torah em Provérbios.

Como sinônimos na tradução de torah em Provérbios encontramos 'ensino, doutrina, instrução e lei'. A instrução deve ser ouvida, lembrada e guardada no coração. A torah é dada pelo pai, pela mãe e pelo sábio e serve como lâmpada e luz para o caminho. O filho que a guarda é prudente e não deixa o seu ensino. O bondade da língua está ligada a torah, para que fale com sabedoria. A indignação contra a perversidade está ligada ao conhecimento que se tem da torah de Deus e aquele que se coloca contra ela acaba louvando o perverso. A própria corrupção está ligada à falta da torah de Deus, na figura da profecia, que é a correta interpretação da lei. O que se desvia da torah, até as suas orações são abominação para Deus.

Amanhã é natal e fala-se tanto em um "feliz natal". Pois o livro de Provérbios nos ensina que o que guarda a torah, a instrução de Deus, este é feliz, e que a torah do sábio é fonte de vida. Logo, se queremos um natal realmente feliz, precisamos aprender a amar a lei de Deus, pois para isto mesmo foi que Ele nos enviou no natal a maior expressão de sua graça. Que seja a torah do Senhor a 'menina de nossos olhos'.

Provérbios
1.8 Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. 
3.1 Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos;
4.2 porque vos dou boa doutrina; não deixeis o meu ensino.
6.23 Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;
7.2 Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos.
13.14 O ensino do sábio é fonte de vida, para que se evitem os laços da morte.
28.4 Os que desamparam a lei louvam o perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele.
28.7 O que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos envergonha a seu pai.
28.9 O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.
29.18 Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz
31.26 Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.

Rap do Po ao Po






Os planos do homem se desfazem com o tempo
os seus desejos são como a fumaça
a vida do homem é como a flor que seca
apodrece na terra, nunca mais se levanta
Se o Sheol abrir a sua boca
inteiramente ele o tragará
sua memória cai no esquecimento
do pó ele veio e ao pó voltará
E não há nada que se possa fazer
a fome do Abismo ninguém pode deter
Apoliom está a sua procura
não louvam a Deus os que descem à sepultura

Qual o real valor da tua vida?
qual a tua esperança depois da partida?
as tuas riquezas? o teu trabalho?
os teus amigos? a tua família?
Tudo isso pode ser muito importante
mas não é motivo pra seguir adiante
os teus amores, as tuas conquistas
as tuas idéias e as tuas premissas
teu dinheiro, tuas obras, tuas promessas
tua intenção, tua crença, tua religião
Nada disso poderá te salvar
do lago de fogo que está a te esperar.

Eu sou a ressurreição e a vida
Quem crê em mim, ainda que morra, viverá
E todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente.
Crês isto?

Desperta, desperta óh tu que dormes
levanta dentre os mortos e Cristo te iluminará.

Eu sou a ressurreição e a vida
da morte eterna a única saída
aquele que vem a mim jamais o deixarei
salvarei sua alma, da cova o resgatarei. 



fonte: http://incendiario-rap.blogspot.com/

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